VAMOS NOS ALEGRAR (009)

Gente querida

Há duas definições pra gente fazer cuidadosamente: é o que é satisfação e o que é contentamento. Satisfação é o requerimento do desejo pessoal e contentamento é o acomodar sensato ao disponível, porque os recursos são para todos.

O desejo por satisfação nasce eivado do egoísmo e se constrói por sobre a idéia orgulhosa de que somos mais merecedores que este ou aquele.

O contentamento nasce do sensato freio que o juízo impõe sobre a emoção pura.

É burilamento puro, ação abrasiva lapidando pedra bruta. É o próprio homem de dentes trincados fazendo a própria sutura em meio à dor. Sou eu, é você, renunciando alargar a porta porque escolheu encolher-se para passar pelo caminho estreito.

Emmanuel dá umas dicas brilhantes no detalhamento dessa idéia.

  

“Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” – Paulo. (1ª Epístola Timóteo, 6:8.)

Mesmo se tratando do maior produtor de trigo que exista, para saciar a sua fome, ele não vai precisar mais do que algumas fatias de pão.

Mesmo sendo o dono da maior tecelagem do mundo ele não precisa senão de alguns metros de pano para fazer-lhe uma roupa.

Ninguém deve se alimentar guiado pela gula ou se vestir pelo padrão da vaidade, mas sim conforme os princípios que regem os fundamentos naturais da vida.

Por que é que se tem de esperar dia de banquete e ainda por cima só oferecer as migalhas ao irmão faminto que passa?

Por que é que se exige ter um tesouro de reserva para poder ser útil ao necessitado?

A caridade não precisa de outro recurso que aqueles existentes no coração.

É sempre bom ter com que socorrer o próximo ou a si mesmo nos dias difíceis, entretanto é deplorável pensar que a prática do bem só se faz com o cofre recheado.

Antes de qualquer coisa, abre as portas da tua alma e deixa teu sentimento brilhar para todos feito um astro cujos raios iluminam, confortam, alimentam e aquecem....

A chuva, mesmo se derramando em gotas, é capaz fertilizar o solo e sustentar bilhões de vidas.

O amparo do amor faz com que uma insignificante boa-vontade se converta com o tempo em prosperidade para todos.

Poucas sementes podem dominar glebas imensas se forem cuidadas com carinho ao longo do anos.

Sejamos alegres e ajudemos os que partilham nossa marcha, porque, conforme Paulo, se temos a graça do pão e do agasalho de cada dia, temos a obrigação de viver e servir em paz e contentamento.

  

(FONTE VIVA - Com modificação do registro do falar.)