Sic vos non vobis

"Sic vos non vobis"... É por vós, mas não só para vós, que as coisas veem a ser feitas!

LIÇÕES DO "FONTE VIVA" COM ALTERAÇÃO DO REGISTRO DO FALAR.

quinta-feira, 31 de março de 2011

TENHAMOS FÉ (044)

Ser amigo de Jesus é uma pauleira. Ostentar que é verdadeiramente cristão é pagar um mico daqueles. Não é fácil usar esta camiseta porque quem a veste em cada um de nós é o povo que nos cerca. A gente nunca sabe se está usando porque cada um de nós sabe o quanto é falso. Pode se ver na garagem do motel o carro do marido com o lema “Eu amo minha mulher” enquanto o da esposa pode estar em outro, com o lema “Eu amo minha família”... O motorista do ônibus que desanca quem lhe fechou a passagem traz o lema “Jesus é paz” no pára-sol do veículo...
O lema não faz quem o usa. A camiseta não dá a virtude ao usuário.
Mas aquele que faz a coisa como deve... Ah! Esse, sim! Leva paulada na cabeça a toda hora e “à torto e à direita”.
Pos isso, amigos meus, Emmanuel faz essa reflexão sobre a necessidade de ter fé. Porque se a gente não tiver fé, na hora em que ouvir um só comentário desses ditos no texto abaixo, a gente dança feio.


 “... vou preparar-vos lugar.” – Jesus. (João, 14:2.)

Jesus sabia que, até o Reino Divino ser construído na Terra, os que o seguissem, iriam viver desconformes, trabalhando no progresso de todo mundo, mas, “sem ter um cantinho” conforme a sublimidade dos ideais que teem.
Verdadeiramente, em toda parte, a coisa mais rara é o cristão ser respeitado nos conformes.
O cristão, por causa de destoar sempre do povo que ainda não se cristianizou, sofre a desrespeitosa opinião de muitos.
Se é humilde, chamam de “frouxo”. Se é simples, chamam desleixado. Se é bondoso, chamam de “bobão”. Se manda com dignidade, dizem que “só quer ser”. Se obedece quando é a vez, chamam de “babão”. Se é tolerante, chamam de incapaz. Se é enérgico, chamam de tirano. Se é esforçado no trabalho, dizem que “quer aparecer”. Se faz por onde melhorar, assume responsabilidade, se esforça nas boas obras ou nas lições consoladoras, perguntam “a quem ele está querendo enganar”. Se ele se mete no meio do povo, tenta ajudar com gestos de bondade espontânea, muitas vezes é tachado de personalista e oportunista dizendo que “ele quer é ser eleito”.
Porém, mesmo apesar disso, sigamos agindo e servindo em nome do Senhor.
Reconhecendo que a casa dos seus seguidores não está no chão deste mundo, Jesus prometeu que ia arrumar o lugar deles na vida mais alta – a vida que não acaba, a vida espiritual.
Pois então vamos trabalhar dobrado semeando o bem, como trabalhadores em terra estranha, longe do verdadeiro lar.
Na casa do Pai as coisas não faltam. “Há muitas moradas na Casa do Pai.”
E, o Cristo, vai lá na frente, servindo, servindo, servindo, servindo... Adiante de nós.
Tenhamos fé.


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quinta-feira, 24 de março de 2011

LINGUAGEM (043)

43 - LINGUAGEM

Linguagem é a ponte que liga as pessoas. A maneira como se constrói estabelece a qualidade da ligação. Linguagem tem som, forma, cor, cheiro e gosto. Ela é toda a pessoa convertida em símbolos construídos, tem a marca de cada um. É tão individual que tem gente que não tolera ouvir palavrões, mas quando é uma certa pessoa que o faz, deixa pra lá... releva! É porque sua sintonia com esta pessoa é tão excelente que ela permite ao outro maior liberdade para ser como é, realmente.
Assim também devemos fazer cada um de nós: caprichar mais na compreensão da comunicação – terreno onde acontece a linguagem; dominar sua ciência e atualizar-se sobre suas tecnologias para, enfim, construirmos em nós aquele condicionamento que Jesus ostentava com a naturalidade dos que sabem tudo da matéria.
Usando da linguagem própria ele falou para Lázaro, e ele se levantou do lugar dos mortos e veio até Jesus.
Usando da linguagem mais sã ele disse ao leproso “Sê limpo!”... e o leproso curou-se.
Ele usando da linguagem mais convincente disse à pecadora “vá e não falhe mais”... e transformou-a para sempre.
Ele usando da linguagem mais convidativa e de corpo presente disse a Pedro, Tiago, André, João “venham comigo”... e eles ainda hoje estão com ele.
Mais além, em espírito, questionou Paulo: “Por que me persegues?”... e ganhou um aliado eterno.
Não tenhamos medo das respostas e digamos todas as palavras que servirem de ponte amistosa entre nós e o Outro.

“Linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.” – Paulo. (Tito, 2:8.)

Através da linguagem, o homem ajuda-se ou se desajuda.
Mesmo trazendo o íntimo nublado de problemas, não é aconselhável que a nossa palavra seja turva ou desequilibrada para os outros.
Cada um tem seu mistério, sua necessidade e sua dor e não se deve agravar o peso que aflige o vizinho com a nossa carga de inquietações. A queixa desencoraja, o verbo da raiva açoita, a palavra do maledicente confunde... A indicação do erro alheio por meio de u’a manifestação malfeita vai afastar a verdade de nós. Pela nossa fala menos nobre, repelimos a bênção do amor que vinha nos encher de alegria de viver. Tenhamos a coragem necessária para nós mesmos darmos um fim aos nossos sentimentos e desejos descontrolados.
A palavra é canal do “eu”. Pela válvula da língua, nossas paixões detonam ou nossas virtudes se espalham. Cada vez que mandamos para fora de nós o vocabulário que é nosso mesmo, emitimos forças que destroem ou edificam, que derrubam ou restauram, que ferem ou cicatrizam.
Linguagem, ao nosso ver, se constitui de três elementos essenciais: expressão, maneira e voz.
Se a frase não for clara, se o modo não é apurado e se não educamos a voz, tudo conforme as situações, é capaz que percamos nossas melhores oportunidades de melhoria, entendimento e elevação.
Paulo de Tarso fornece a receita adequada aos aprendizes do Evangelho.
Nem linguagem adocicada demais, nem amarga em excesso. Nem mansa demais causando desconfiança, nem áspera demais que quebre a simpatia, mas sim “linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós”.


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quinta-feira, 17 de março de 2011

SÓ UM POUQUINHO (042)

A gente precisa escolher de que lado ficar nesta vida.
O guia certo para orientar esta escolha é a compreensão correta do que seja encarnação e reencarnação. Se entendermos a vida como uma grande viagem de trem e as existências que a formam como estações de parada dá certinho! Assim, não dá pra entender de jeito nenhum que nos apeguemos com coisas que vamos ter de deixar pra lá assim que o trem der partida. Portanto, a perspectiva correta do futuro é que arruma as coisas no momento presente. Cumprindo o “de_ver” o “de_vir” fica bem ajeitadinho.
Por isso, nenhuma perspectiva dentro do tempo da existência – mesmo que sejam 100 anos – vale alguma coisa porque, a outra vida é que é o “ó do borogodó”.
O acerto no presente feito com a correta perspectiva de futuro é o que Emmanuel mostra pra nós no exemplo de escolha que fizeram Moisés, Jesus e Paulo de Tarso.

Não adianta comprometer a Vida para realizar o gozo terreno se a duração disso é o tempo de parada de um trem na estação: só um pouquinho.

“Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado.” – Paulo. (Hebreus, 11:25.)

Aqui nesta passagem Paulo se refere a atitude de Moisés que, entre gozar “só um pouquinho” do luxo da casa do Faraó e libertar os companheiros cativos, preferiu o trabalho libertador. Com isso ele deu um exemplo sublime de qual é a função do espírito encarnado na Terra.
“Só um pouquinho” é o tempo que os governantes dirigem o interesse do povo.
“Só um pouquinho” é o quanto o servidor obedece pois é subalterno.
“Só um pouquinho” é o tempo que o agiota consegue segurar o dinheiro.
“Só um pouquinho” é o quanto o infeliz padece privações.
Ah, se o homem prestasse atenção como seus dias são poucos na Terra! Se ele visse como é pouco o recurso que ele pode contar no corpo em que se movimenta!... Comparando essa visão com a eternidade, certamente que ele mudaria o entendimento sobre a bendita oportunidade, preciosa e rápida, que lhe foi dada no mundo.
Tudo o que parecer bem ou mal pra nós na terra dura “só um pouquinho”, mas tem gente que, nessa pequenina fração de tempo se complica por muitos e muitos anos.
É indispensável gravar no cérebro e no coração o exemplo de quem soube honrar a passagem por este caminho por onde todos passam – que é “só um pouquinho”. Moisés preferiu deixar pra lá o gozo palaciano – que era “só por um pouquinho” - para poder nos deixar a lei justa. E, por causa da perseguição cruel, Jesus nem sequer se abalou para disputar com eles nem mesmo “só um pouquinho”, para se dedicar a nos ensinar o segredo divino da Cruz com Ressurreição Eterna. Paulo não quis descansar nem “só um pouquinho” depois que se encontrou com o Mestre na porta de Damasco, para exemplificar para nós o trabalho e a fé viva.
Meu amigo, aonde quer que você esteja, você vai ficar “só um pouquinho”. Por isso vamos trabalhar sem cessar na extensão do bem, sem nos esbaldarmos na alegria e nem aumentar a tristeza além da conta, porque é na demonstração do “pouco” que caminharemos para o “muito” de felicidade ou de sofrimento.


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terça-feira, 8 de março de 2011

ANTE O OBJETIVO (040)

A ressurreição é o resultado da famosa “reforma íntima”. Toda vez que um cristão como cada um de nós aqui se olha no espelho, vê o pelo da barba ou da sobrancelha fora de lugar, pega de uma pinça e extrai na hora... dói pra caramba! Mas, assim como a dor é real, mais real ainda é o resultado estético: se ficamos melhores, ficamos bonitinhos. É isso a “reforma íntima”, o resultado estético faz bem aos olhos de todos, mas a dor que nos muda para melhor, é só nossa.
E, o que é melhor, é que a gente chega lá toda a vez que quer. Basta querer. Não existe coisa alguma que detenha o ser humano possuído pela vontade...

“A água, de cima pra baixo,
O fogo, de baixo pras alturas...
O ser humano quando quer
Nem o Cão segura!”

O que Emmanuel lembra nesta hora bem própria de uma terça-feira de carnaval é que tudo o que a gente quiser a gente alcança. Nosso “bode” é escolher o que vai ser esse “tudo”...



“Para ver se de algum modo posso chegar à ressurreição.” – Paulo. (Filipenses, 3:11.)

O lugar que alcançamos é aquele que a vontade conseguir sustentar:
O muquirana sonha com pilhas de dinheiro e chega ao cofre forte. O bandido leva muito tempo planejando o assalto e comete o crime. O “político esperto” sonha com o poder e atinge um alto posto no domínio terrestre. A mulher despreparada e sem juízo, que só pensa no fogo das emoções, acaba entrando em aventuras que lhe tiram a paz.
E cada objetivo que a gente escolhe tem seu preço.
O muquirana, para conseguir o dinheiro, quase sempre perde a paz. O bandido, ao cometer o crime que planejou, suja seu nome. O “político esperto”, para conseguir o poder, muitas vezes apodrece o caráter. A mulher despreparada e sem juízo, para alcançar os prazeres ilusórios com que sonha, quase sempre renuncia ao direito de ser feliz.
Se são cobrados impostos tão pesados na Terra a quem corre atrás de resultados puramente inferiores, o que é que o espírito que se candidata à glória na vida eterna vai pagar?
O Mestre na cruz é o alvo, é a resposta para quem procura a sublimidade da ressurreição.
Contemplando esse alvo e sustentando sua vontade nele, Paulo de Tarso chegou lá servindo constantemente em nome do Senhor, mas debaixo de incompreensões, açoites, aflições e pedradas.
Se tu queres, também, chegar lá, concentra todas as tuas forças no alvo santificante e vai em frente, se esforçando com tudo na conquista do eterno prêmio.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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sexta-feira, 4 de março de 2011

CRÔNICAS DA VIDA - "Ah, se eu soubesse..."


Porto Velho, 4 de março de 2011


Depois de ter lido as notícias a respeito no saite da Glogo, eu poderia contar uma história e a história poderia ser assim:

Era uma vez um homem chamado Rony, casado com Andréa e pai de Lavínia.
Rony era um homem tranqüilo – “não era de farra; não bebia nem fumava” como dizia seu pai – e vivia bem com Andréa.
Um dia, por razões desconhecidas de todos os seus, Rony trouxe Luciene como amante para dentro da sua vida e dos seus.
Em um outro dia, por crueldade insana, Luciene roubou Lavínia para sempre da vida dele e dos seus.
A polícia encontrou o corpo de Lavínia sem vida, caído em decubito dorsal debaixo da cama de um hotel, vestida com as roupas que a assassina lhe dera e estrangulada com o cadarço de um tênis.

Em 2 de março passado produzi uma pequenina crônica na qual comentava aquela coisa do “Ah, se eu soubesse”, para enfatizar como nós humanos, ignoramos o alcance que podem ter a extensão dos nossos atos e as responsabilidades que teremos em face disso.
Ver até onde vão os nossos atos depende da visão, e a visão é um sentido bem interessante do corpo humano. Ela não é uma coisa pronta do tipo “pegue e use”. A visão tem ajustes que cada um tem de fazer. Ao olhar uma fotografia, uns a trazem mais para perto dos olhos, outros afastam para mais longe... É assim. Cada um do seu jeito.
Hoje, a banalização do sexo faz com que demos a ele o mesmo tratamento de um pacote de salgadinhos “chips” ou o de um “Sonho de Valsa”... Pega-se, e come-se. Ah, e quanto se come, meu Deus!
Hoje, o Rony está vendo até onde está indo – porque ainda não parou – o fato dele achar que precisava de uma amante, dele ter optado por ter uma amante e dele ter escolhido Luciene para sua amante.

A polícia busca quem facilitou a entrada de Luciene. Os pais de Rony buscam entender como se enganaram tanto com ele. Andréa busca saber quem é esta criatura que ela pensava ser Rony. O policial que achou o corpo busca jeito de noticiar para a TV no embargo da voz. Já o pai, Rony, busca... sabe Deus o que.

Lavínia, se reconhecer que foi o braço de Deus que colheu-a tão cedo do jardim da vida, não buscará, não chorará, porque quem está com Deus não precisa de nada.
Por isso, amigos, peço-lhes preces.
Uma prece estranha, mas uma prece ainda assim, para a alma torpe e assassina de Luciene porque nenhuma pessoa está fora do alcance de Deus e de sua misericórdia.
Uma prece bem alegre, infantil, bem leve e solta, para Lavínia!
Uma prece generosa e cicatrizante para sarar o coração ferido de Andréa, a mãe.
Uma prece compreensiva para a visível humanização do policial.
E uma prece, caridosa e gentil, que sustente e console Rony. Esta pobre criatura humana que, no papel de pai, aprende no corpo estrangulado de sua amada filha, duríssima lição sobre o sexo irresponsável, nos aspectos de impropriedade, dever, respeito, fidelidade, leviandade, paternidade responsável, mentira e amor verdadeiro - que ele não soube ter.
Mas, para todos nós que não estamos tão bem assim com Deus, fica o consolo de saber que Jesus estava muito certo ao dizer, lá da cruz para seu Pai: - “Pai, perdoai-os. Eles não sabem o que fazem”. Porque, se soubéssemos, Rony não teria amante, Luciene não cometeria crimes e Lavínia estaria brincando e alegrando a vida de todos como só as crianças sabem fazer.






(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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quinta-feira, 3 de março de 2011

FÉ INOPERANTE (039), FÉ ESTÉRIL

Num tempo em que as obras da fé eram: “compra” de indulgências (remição das penas temporais), a conversão de penitências em obras de benemerência e outras coisas assim, Lutero achou na carta de Paulo aos Romanos um argumento com que desceu a lenha na irreconhecível e corrupta Igreja Cristã de então. Daí, veio da divisão. O cristianismo se dividiu entre católicos – com o mote “eu te mostro a minha fé com as minhas obras” (Tg 2;18), e protestantes com o lema: - “Só a fé salva”, (Rm 5;1). Esquecidos de que o mote da caridade, para o qual Jesus nos tange, é outro, nós cristãos brigamos até hoje como as pessoas de uma “casa que não tem pão, onde todos brigam e ninguém tem razão”.
É hora de deixar para lá brigas estéreis que nos fazem anões da fé e partir para o abraço fraterno de todos os irmãos em Cristo, porque, não tem nem boca: - Haverá um só rebanho e um só pastor.
Queridos, não há como o amor de Jesus arder em nós sem que ele faça verter, de nós, as obras da caridade. E, por fim, não há como deixar de ser salvo praticando a caridade porque, “fora da caridade não há salvação”.


“Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” – (Tiago, 2:17.)

A fé inoperante é um problema que, faz tempo, pede a melhor atenção, para que os cativados pelo Evangelho compreendam, claramente, que a idéia mais sublime será sempre uma bela paisagem improdutiva, enquanto um trabalho não a materializar para bem de todos.
Que dizer de um precioso motor que ninguém usa? De uma fonte que não corre a fertilizar o campo? De uma luz abafada que não se irradie?
Nós pomos fé em certa semente, mas se nós não a plantarmos, no que vai dar nossa expectativa senão na inutilidade? Se nós temos absoluta esperança nas obras que a tora de madeira pode vir a dar, mas não pegarmos o serrote e a plaina, esta matéria-prima vai é apodrecer.
A crença religiosa é o braço com a ferramenta. O apostolado é a obra a fazer. A confiança de Deus ilumina a inteligência para que a ação do bem se estenda, improvisando, por todo o canto, bênçãos de paz e alegria, engrandecimento e sublimação.
Quem, demonstrando madureza para a vida superior, já pode receber uma gota de revelação espiritual no coração, corra atrás do posto de serviço que lhe cabe fazer, em favor do progresso comum.
A fé, na essência, é aquele grão de mostarda de que Jesus fala, crescendo através da elevação pelo trabalho incessante, e se convertendo no Reino Divino onde a alma do crente passa a viver.
Cuidar só do êxtase religioso no coração, sem desenvolver as obras da sabedoria e do amor, consolidados no serviço da caridade e da educação, é mesmo que guardar um ídolo morto na terra viva do sentimento, sepultado entre as flores inúteis das promessas brilhantes.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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quarta-feira, 2 de março de 2011

SE SOUBÉSSEMOS (038)

Apesar da Lei Divina não estar aí só para nos chicotear, ela bate. Ah, se bate! Meu amigo, basta um “farisquín” de sabedoria pra saber que se a gente cuspir pra cima vai cair na nossa cara...
O aprendizado pede duas coisas: olhar e pôr os casos em si. Não adianta um sem o outro. Quem faz isso “passa de ano” na hora. E é ainda mais fácil porque, quando você olha o Outro errando, ele se torna seu professor, e o erro que ele faz vira livro aberto para você...
Quanta gente, lá no Urso Branco, não olhará  com tristeza as mãos criminosas, pela luz do luar coada entre as grades numa noite sem sono...
Quantos que se aproveitaram do prestígio pessoal para difamar não sentem hoje a doença roer aonde foi prazer um dia...
Quantos que hoje, impedidos de voltar, choram enroscados no espinhel de mentiras que começou no dia em que disseram “adeus” à esposa e filhos como se fosse um “até logo”...
Ah, meus queridos colegas – criminosos potenciais que nem eu – atentemos na reflexão de Emmanuel. Fiquemos na ponta dos pés, rasguemos as vestes para subir no muro mas façamos de tudo para subir a um patamar de previsão do futuro de dor que nos aguarda, a fim de que não formemos o imenso coral dos que cantam, no futuro, “Ah, se eu soubesse...”


“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” – Jesus. (Lucas, 23:34.)

Se o assassino soubesse antes, o tanto de dor que a vida vai lhe cobrar depois, na hora do ajuste de contas, ele ia preferir mil vezes não ter braços para dar o golpe.
Se o mentiroso tivesse como tirar a sombra que lhe impede de ver o sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, ele trancava a fala ou enregelava a mão que escrevia, para não levantar o falso testemunho.
Se aquele que foge do bem conseguisse enxergar as ciladas perigosas com que as trevas vão lhe roubar toda a alegria de viver, ele ia achar que “era feliz e não sabia” debaixo do pesa dos seus deveres.
Se o ingrato provasse antes do fel que vai lhe amargurar o coração mais tarde, não cairia na besteira de ser indiferente a coisa nenhuma.
Se o egoísta visse o inferno da solidão que o espera, nunca iria perder uma chance que fosse de praticar a fraternidade e a cooperação.
Se o comilão vislumbrasse os desequilíbrios para onde vai empurrando o próprio corpo, fazendo a antecipação da morte, ele só comeria o necessário, harmonizando a alimentação.
Se soubéssemos o custo do nosso desrespeito às Leis Divinas, nós não nos afastaríamos jamais do caminho reto.
Portanto, perdoa quem fere e calunia...
Na verdade, aqueles que se deixam levar pelas sugestões perturbadoras do mal não sabem o que fazem.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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