Sic vos non vobis

"Sic vos non vobis"... É por vós, mas não só para vós, que as coisas veem a ser feitas!

LIÇÕES DO "FONTE VIVA" COM ALTERAÇÃO DO REGISTRO DO FALAR.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

PROCUREMOS COM ZELO (054)

A inocência relaciona-se com pureza e com simplicidade.
A pureza dá a idéia de coisa sem mistura, sem mancha e isso realça-lhe o valor. A simplicidade, então, é entendida como descomplicação benfazeja, uma espécie de prontidão na acolhida gentil.
Sobretudo eu percebo que o senso comum entende inocência e simplicidade como sendo estados aos quais o ser humano chegou por esforço de construção. No entanto, é justamente o contrário. Eles são os estados iniciais da alma humana. Porque, inocência é a pureza daquilo que ainda não se corrompeu e a simplicidade é a condição inicial da natureza humana pronta para aprender.
A Doutrina Espírita anima os cristãos para se amarem e se instruírem. Encoraja-os a saírem desta posição inicial pela ação orientada pelo evangelho de Jesus, que os fará adquirir os conhecimentos que os tirarão da inocência ignorante e da simplicidade tola.
Sob a batuta do Mestre dos mestres, construiremos a plataforma ideal para os enfrentamentos do mundo para o qual ele nos prepara dizendo: – "Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos. Portanto, sede prudentes como as serpentes e símples como as pombas" (Mateus 10, 16).
Somente com ele é que saberemos o “caminho excelente” que Paulo fala e Emmanuel destaca neste estudo, para tomar os conhecimentos que nos farão sábios e espontâneos sem que percamos a candura e a simplicidade.

“Procurai com zelo os melhores dons e eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente.” – Paulo. (1ª Epístola aos Coríntios, 12:31.)

Quando pinta a idéia de que não devemmos procurar aprender e a melhorar para ser mais útil ao trabalho de levar avante o conhecimento de Deus, é mais fácil ser a preguiça sendo sonsa do que a humildade querendo se mostrar.
A vida é um curso avançado de aperfeiçoamento através do esforço e da luta, e se até as pedras devem sofrer o polimento para melhor refletir a luz, quanto mais nós que somos chamados, desde já, a falar dos recursos divinos?
Que ninguém pare o bendito curso de sua educação alegando que precisa cooperar com o Céu, porque o progresso é um trem de rodas incansáveis que deixa pra trás quem se reluta seguir em  frente.
Temos de avançar por igual, com a melhoria conseqüente de tudo o que nos rodeia. E o Evangelho não abençoa qualquer atitude de expectativa descuidada. A palavra de Paulo é muito significativa. Falando ao povo de Corinto, o apóstolo dos estrangeiros anima-os a irem, fervorosamente, atrás dos melhores dons. Não podemos deixar de incorporar as qualidades mais nobres da inteligência e do coração, fazendo sublime a alma imortal. Cultura e santificação, pelo trabalho e pela fraternidade, é dever para todas as criaturas. Auto-aperfeiçoamento é obrigação comum.
Vamos buscar, com afinco, nossa elevação marcando nossa presença, seja onde for, com as bênçãos do serviço dado a todos, e assim que estejamos integrados no esforço digno, dentro da ação pessoal e incessante no bem, o Céu nos mostrará caminhos mais iluminados para a elevação.


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quarta-feira, 15 de junho de 2011

SERVIR E PROSSEGUIR (052)


O bem-humorado e incansável Tancredo Neves esfalfava seus auxiliares e vivia sempre pronto para o trabalho. Aos que perguntavam se ele não se cansava ele respondia que “tinha a eternidade toda para descansar”. Não era cristão-espírita como eu, como tantos que nos leem, mas acertou em cheio com o modo certo de se viver. Não se deve perder um minuto da vida que se possa aplicar a serviço do bem no trabalho para os irmãos.
Trabalhemos incessantemente no bem como recomenda Jesus e, tão logo acabemos um trabalho, busquemos um novo porque a novidade, por sua natureza, impede a fadiga e a continuidade dele impede a perigosa parada na estação da mente vazia. A necessidade de repouso é apenas corporal. Almas precavidas devem aproveitar o repouso corporal para migrar até as instâncias superiores do estudo e do treinamento para retornarem ainda melhores das paragens dos céus.
Não é apenas porque “o trabalho dignifica o homem” é também porque o homem foi feito para o trabalho. A existência é um emprego que temos com prazo determinado para acabar. Trabalhemos, pois com afinco, mas com sabedoria, cautela e respeito para que mãos e joelhos atestem nos calos e nas emperrações que tiramos da existência tudo o que ela pode dar e pusemos no altar do Bem.

“Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados”. – Paulo (Hebreus, 12:12)

Se já é difícil produzir o fruto sadio na lavoura de modo que não falte pão pro mundo, é quase impossível se arranjar aquele pão perfeito que sustenta a alma. Plantamos a semente da boa-vontade, mas aparecem mil coisas que prejudicam sua germinação e seu crescimento.
Vem a enxurrada de água suja das besteirinhas da vida. Aparecem vermes de tudo quanto é aborrecimento. Escorre a lama da inveja e do despeito. Estoura a trovoada da incompreensão. Cai o granizo da maldade. Acumulam-se os detritos da calúnia. Queima a aridez da irresponsabilidade. Gela o frio da indiferença. Surge a secura do desentendimento. Brota o capim bravo da ignorância. O céu se fecha em nuvens de preocupações. O vento sopra a poeira do desencanto.
Parece até que as forças imponderáveis da experiência humana se reúnem contra quem deseja avançar no caminho do bem. Enquanto não se chegar à herança divina que nos espera, os escorregões, as descidas são fáceis demais... Já elevação, só suando a camisa e teimando em se sacrificar.
Se o seu coração agüenta o tranco da luta que se oferece, não corra dela se quiser chegar nos climas superiores da vida. Apesar de trombar com toda a espécie de dificuldades, siga em frente, pondo em jogo o que tenha de nobre, belo e útil para o serviço da perfeição.
Lembre o conselho de Paulo e mande ver, não fique parado.
Mexa estas mãos cansadas e erga-se nos joelhos estropiados, na certeza de que, para chegar no melhor da vida só trabalhando e servindo toda hora que Deus dá.


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