Sic vos non vobis

"Sic vos non vobis"... É por vós, mas não só para vós, que as coisas veem a ser feitas!

LIÇÕES DO "FONTE VIVA" COM ALTERAÇÃO DO REGISTRO DO FALAR.

domingo, 30 de janeiro de 2011

QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CORAÇÃO (024)

Gente querida

Quem vê cara não vê coração!
Vai demorar um tempo ainda para que tenhamos coragem de nos mostrar para os outros do jeito que somos intimamente. Ah, se vai...
O nosso jeito é esse mesmo: rasos e confiados que nem crianças! Achando que a face do corpo é igual à face da alma. Mas não é mesmo!
Cada um de nós traz, afivelada no rosto, a máscara que construímos para encobrir a parte de nós que não seria aceita pela sociedade. A máscara não é uma maldade em si é uma interface indispensável para pertencermos a certo campo social. O campo social onde estamos inseridos é sempre superior ao que somos em essência e, por isso, temos de usar este artefato para compensar a diferença.
A sabedoria do Cristo pede para esperarmos os frutos para poder falar da árvore.  Porém, não nos espantemos se o fruto parecer estranho à árvore. As coisas assim são para que aprendamos a respeitar a pequenez atrás da máscara de cada um, revelada nas obras que faz.


“E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:13.)

Esta passagem de Paulo é muito importante para a nossa luta do dia-a-dia.
Todos nós temos a tendência de gostar mais de quem reza pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nossa dedicação é maior e mais quente para os que comungam nosso modo de ver, o nosso costume e nossos princípios sociais; porém, nem sempre a nossa interpretação é a melhor, nosso costume é o mais nobre e nossa diretriz a mais perfeita.
Por isso é que é preciso quebrar a casca do nosso egoísmo para poder ter amizade e respeito aos companheiros, não por conta da serventia afetiva deles pra nós, mas pela fidelidade que eles tenham para o bem geral.
Se nós amamos alguém só pela beleza física, lembremos que isso acaba e que poderemos vê-lo amanhã sem beleza e sem físico.
Se apreciamos em alguém só as suas belas palavras, pensemos que se ele emudecer não haverá mais palavras ou beleza.
Se amamos alguém “de paixão” só porque nos obedece cegamente, é capaz que acabemos fazendo ele cair todas as quedas que nós já caímos tantas vezes.
Não se pode avançar no rumo da vida superior sem aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir.
Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelo que elas fazem em benefício do momento e do lugar em que estamos, porque, um dia, compreenderemos que, raramente, o melhor é aquele que concorda conosco, mas aquele que concorda com o Senhor e trabalha com Ele na melhoria da vida, dentro e fora de nós.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


Todos os estudos anteriores a este no Fonte Viva acham-se no meu “Blog”. Siga-me lá:
http://sicvosnonvobis-cesar.blogspot.com/

sábado, 29 de janeiro de 2011

DIANTE DO SUBLIME... "Ele" é o cara! (023)

Meus caros

Quem ganha as coisas sem pagar nem sempre dá valor ao que tem.
Cada um de nós é o principal ator na novela de sua vida – na dos outros somos secundários.
Mas nós somos tão convencidos, a gente se acha tanto, que nem repara no cenário, na música, nas luzes, no clima, e só pensa em atuar pensando que os outros atores são meros figurantes. Não repara nem que tudo isto é uma baita produção e que tem um Ente acima e além de tudo e de todos, que criou um universo que é que nem as Havaianas - “não deforma, não tem cheiro, não solta as tiras”... perfeito!
Nós valemos alguma coisa por causa do irmão ao lado, o tal “próximo”, que nos faz referência para nos afirmarmos melhor ou pior. Bom mesmo é Deus que, além de nos garantir esta pequena afirmação relativa, nos confere o valor absoluto de sermos seus filhos.

Nós não somos “o Cara”.  Ele é que é “o Cara”.

Aquilo que nos cerca é sua obra perfeita, posta à nossa disposição. Diante do sublime, tiremos o chapéu e dobremos o joelho...


“Não faças tu comum o que Deus purificou.” – (Atos, 10:15.)

Existem expressões no Evangelho que, como flores se destacando num buquê divino, devem ser tiradas dele para que apreciemos seu brilho e seu perfume próprios.
A voz celeste que fala a Pedro trata de horizontes muito mais vastos do que o problema individual dele.
O homem comum está rodeado de glórias na Terra, mas, ele só vê vulgaridades, incapaz de valorizar tanta riqueza que o cerca.
Ele, cego diante do grandioso teatro da vida que é cenário de seu desenvolvimento, não faz caso destas jóias, sem pensar que a Sabedoria Infinita levou séculos de esforço no aperfeiçoamento e na escolha deste cenário que o rodeia.
Quantos mil anos levam para formar a rocha?
Quantos itens se somam para elaborar um simples raio de sol?
Quantas barreiras foram vencidas para a flor se materializar?
Quanto trabalho deu domesticar árvores e animais?
Quantos séculos a Paciência do Céu gastou na formação complicada do corpo em que o Espírito encarna?
A razão é uma luz que se gradua diante do sublime.
Não esqueçamos de que o Senhor pôs a vida terrena dentro de um paraíso tal que, a menor semente retorna um infinito por um, e onde águas e flores, o chão e o ar chamam o tempo todo para produzirmos, e multiplicarmos os Tesouros Eternos.
Todo santo dia, o Senhor te dá chances e mais chances valiosas junto aos dons divinos.
Pensa, estuda, trabalha e serve.
Não deixe de valorizar muito o que Deus purificou e engrandeceu.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A RETRIBUIÇÃO (022)

Gente amiga

O cristianismo teve um tronco só, até Lutero, Zwinglio e Calvino.
Depois deles veio o protestantismo (evangelicalismo) mas, em ambos, o clero era o dono da cocada preta.  Do protestantismo, nasceu o pentecostalismo. Este renovou o cristianismo tomando do clero e dando a qualquer fiel a chance da “experiência de Deus”. Porém, dessa “facilidade” com Deus, nasceu o neopentecostalismo por volta de 1970 –aquele negócio de “eu falei com Deus”, de “Deus me falou” dos carismáticos ou dos neopentecostais evangélicos.
Pois é. Aí, com essa facilidade toda, os fiéis avacalharam tudo porque, o neopentecostalismo, faz valer é a "confissão positiva", ou Teologia da Prosperidade. Essa é a idéia de Essek William Kenyon que diz que “podemos fazer existir o que declaramos com nossa boca”. Nessa hora, essa nossa boca safada que nunca soube pedir o que é do espírito, se destrambelhou a “profetizar” um carro do ano, uma casa nova, um balanço financeiro porreta, uma promoção a chefe, uma “gata” ou um “gato” no capricho, um silicone básico, uma lipo... e “haja nóis” indo tomar posse da bênção!
Entretanto, tomando Pedro como referência, Emmanuel nos dá um banho de juízo com estes lembretes fundamentais:
- Cristão não foi feito para “enfeitar o mundo” e sim para regenerar e santificar a existência.
- Cristianismo nos faz irmãos de todos, pequenas imitações do Cristo para ajudar e ser útil.


"Pedro disse-lhe: e nós que deixamos tudo e te seguimos, que receberemos?" - (Mateus, 19:27.)

A pergunta de Pedro é a mesma de quase todo coração humano que entra numa religião.
É só a pessoa passar a freqüentar um templo, formalizar seu batismo ou “entregar-se a Jesus” que logo em seguida ela perguntará: – “Cadê o meu?”
Porém, a resposta não vem de uma vez, ela escorre devagar, silenciosa, pela vida afora...
Para onde vai o grão maduro colhido? Para o moinho que o ajuda a purificar-se.
Para que serve a farinha alva e nobre que veio do grão? Para fermentar e servir a diversos fins.
Qual é o nobre destino do pão - que foi grão depois farinha – assim que sai do forno? A graça de servir de alimento.
O cristão não foi criado para “enfeitar” o mundo e sim para regenerar e santificar a existência.
Antigamente, os servos de um rei recebiam os bens dos vencidos nas guerras, se fartavam fisicamente com eles e, com isso, abreviavam a própria morte.
Com Cristo, porém, a coisa é diferente.
Nós vencemos com ele para nos tornarmos irmãos de todos aqueles que fazem a experiência, cientes da obrigação de ajudá-los e sermos úteis a eles.
Simão Pedro, que quis saber o que ganharia pela adesão ao Evangelho, viu, de perto, o quanto se tem de renunciar.
Quanto mais lhe cresceu a fé, maiores testemunhos de amor à Humanidade ele teve de dar. Quanto mais ele aprendeu, mais foi empurrado para uma caridade maior, até mesmo à morte.
Se nós deixamos o que nos prende às zonas inferiores da vida por amor a Jesus, lembremos que, graças a Deus, recebemos dos Céus a honra de ajudar, a vantagem de entender e a glória de servir.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

MAIORIDADE: O SUPOSTO E O REAL (021)

Amigos

Quantas vezes a gente não já ouviu alguém dizer: “tamanho adulto fazendo criancice”.
O mais das vezes, são os casos em que a gente confunde estatura com maturidade. Como se ao passar de um metro e cincoenta a gente atingisse certa sensatez.
Maturidade é um dos muitos “quês” da vida. E os “quês” da vida, nascem de um “por quê”; movem uma ação “para quê”; serão realizados num “quando” e se desenvolvem conforme um “como”.
Maturidade é um status maior em relação aos mais próximos. É uma condição e uma prontidão dispondo o Maior que os outros para realizar alguma coisa em favor, justamente, destes “outros”. Maturidade é condição de doador, de pessoa que deve partilhar do que o Pai lhe deixou tomar do patrimônio divino.
Atingir a posse de algum bem é subir a escada até onde eles estão e entrar de posse deles.
Ser mesquinho com estes bens adquiridos é negar aos outros a condição que teve para chegar lá porque, lá, só se chega ajudado...
Negar isso é faltar com tudo que a maturidade pede porque, “ao que muito tem muito será pedido”.

“O menor é abençoado pelo maior.” – Paulo. (Hebreus, 7:7.)

Em todas as atividades da vida, tem quem chegue na maioridade natural entre os seus parentes, colegas, companheiros da mesma época.
Há quem cresça na experiência física, no saber, na virtude ou na competência.
De modo geral, contudo, aquele que sobe a um nível superior costuma se aproveitar da situação para esquecer o que deve aos comuns que o fizeram subir.
Muita gente, assim que chega na maioridade financeira fica mesquinha, os que ganham glória científica perdem a modéstia, ficam “se achando”, e quem sobe ao poder não “conhece” mais ninguém.
Porém, a Lei da Vida não recomenda nem o exclusivismo nem a separação.
Conforme os princípios divinos, todo progresso legítimo vira bênção para todo mundo
A própria Natureza mostra lições sublimes nessa matéria.
A árvore cresce para dar frutos.
A fonte cresce para beneficiar o chão.
Se você cresceu alguma coisa que seja, não esqueça de repartir fraternalmente com todos os que são seus.
O Sol, com seus raios de luz, não deixa de ir na furna barrenta e não despreza o verme.
Desenvolvimento é poder.
Vigie como você usa as vantagens que acrescentaram na sua existência. O Espírito superior de todos que já se vieram na Terra aceitou o maior dos sacrifícios para auxiliar a todos, sem exceções.
Não se esqueça de que, conforme a Lei Divina, “o Menor é abençoado pelo Maior”.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

TEM MAIS COISA... (020)

Meus prezados

Nos dias de hoje vemos as religiões que exploram diariamente a mídia da TV aberta baterem forte na questão da fé como a única necessidade para a salvação. Paulo disse que “só a fé salva”, na sua Carta aos Romanos (1:17). João Calvino, sobre esta carta disse: “O homem encontra sua justificação única e exclusivamente na misericórdia de Deus, em Cristo, ao ser ela oferecida no evangelho e recebida pela fé”. Lutero era, inegavelmente, um homem de fé. Viu certa vez esta frase da carta de Paulo e fez uma reflexão parcial que ainda hoje prejudica muita gente.
Ele leu: “O justo viverá pela sua fé” e esqueceu que Jesus disse “Eu sou a videira verdadeira, e meu pai é o agricultor. Todo galho que em mim não dá fruto, ele o corta, e todo aquele que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto”.  O justo vai viver pela fé porque ela é que o motiva a agir e encher as mãos para distribuir aos outros os frutos de sua fé.
Um amigo meu, falastrão e bem humorado diz que esse negócio de “Senhor” pra cá, “Senhor” pra lá o tempo todo é “puxar o saco do Senhor” e não leva nada, assim como esse negócio de só “louvor, louvorzinho, louvorzão” sem mais nada é bajulação também. E esse negócio de “transe”, de revirar o olho, se ficar só nisso não é de Deus... É droga mesmo!

O barato de Jesus, meus queridos, é outro. Tem muuuito mais coisas!


“Crês que há um só Deus: fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem.” – (Tiago, 2:19.)

A advertência do apóstolo é de essencial importância no aviso espiritual.
Esperar benefícios do Céu é coisa pra qualquer um.
Adorar o Senhor pode ser trabalho tanto para justos como para injustos.
Admitir que Deus existe e governa é coisa comum a todas as criaturas.
Aceitar que ELE é todo-poderoso para bons e maus.
Tiago acertou em cheio neste versículo porque suas palavras definem a diferença entre saber de Deus e de formar ao lado dele.
Inteligência é pra todo mundo.
A capacidade de saber vem da experiência.
As criaturas crescem sempre e quem cresce aprende e conhece.
Saber o que é mau e o que é bom, é coisa do conhecimento.
O demônio, como símbolo de maldade, corre atrás dos próprios desejos, muitas vezes desvairados e escuros.
Já o anjo, identificado com do Eterno, cumpre os desejos d'ELE onde se encontra.
Preste atenção então, que não basta aderir a um credo, uma igreja, para que a felicidade pessoal chegue ao que você deseja.
Adorar o Senhor, esperar e crer nele qualquer um faz.
O que fará diferença será a nobreza das ações que você realizar tentando cumprir a vontade divina, porque, na verdade, não adianta muito crer no bem que virá do Senhor e sim no que você faz para praticar o bem, hoje, aqui e agora, em nome d'ELE.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)

domingo, 23 de janeiro de 2011

TOMAR DE CONTA (019)

Caros amigos

A antiga tarefa de tomar de conta de rebanhos tomou importância no contexto religioso. Pastor, pastorear, pastorado, são palavras de muito uso hoje em dia. Contudo as ações que levam este nome nem sempre aparentam a sua significação.
Pastorear é tomar de conta, é ação do maior em favor do menor, e para seu exercício é necessário paciência, reconhecimento da própria condição e da condição dos outros.
A base é a compreensão.
O instrumento é a paciência.
A ferramente é a brandura.
O fundamento é o amor.
O trabalho é nosso
A ciência é de Jesus.

“Apascenta as minhas ovelhas.” – Jesus. (João, 21:17.)

É importante o apelo do Pastor Divino ao coração amoroso de Simão Pedro para que ele continuasse seu apostolado.
Jesus não aconselha medidas drásticas para disciplinar à força Observando o seu imenso rebanho.
Nada de grito, nem palavrão.
Nada de cadeia, nem forca.
Nem chicote, nem vara.
Nem castigo, nem obrigação.
Nem abandonar os infelizes, nem açoitar os desviados.
Nada de lamentação ou de desespero. “Pedro, cuide das minhas ovelhas!”  Quer dizer: – Irmão, tome conta dos mais carentes que você.
Não desanimes com a rebeldia, nem julgue ninguem porque, do erro sai a boa lição depois.
Frente ao Outro, é ajudar e não chicotear.
Eduque sempre.
Faça por onde ser um trabalhador fiel.
Seja duro com você mesmo e ampare os corações doentes e enfraquecidos que lhe acompanham os passos.
Se você plantar o bem, na hora certa o tempo cuida do resto: germinação, desenvolvimento, floração e da frutificação.
Não quebre as coisas só para ver como elas são.
O novato de hoje pode ser o mestre de amanhã.
Alimenta o que há de bom no teu irmão e segue em frente. A vida faz o mal virar pó e o Senhor faz o resto.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)

sábado, 22 de janeiro de 2011

“BATER COM AS DUAS PERNAS” (018)

Queridos amigos

No desenvolvimento geral das nossas habilidades a gente vê logo se é destro ou canhoto e, conforme o caso, a gente fica tão “especialista” que acaba não sabendo fazer nada direito com o “outro lado”. Mas, basta engessar um braço ou uma perna para a gente compreender o valor que tem o aprendizado de todas as potencialidades do nosso corpo.
No tempo de Jesus, a pesada materialidade humana levou o Mestre a alargar os horizontes daquela gente, ensinando que o homem não é só corpo, é corpo e alma – um corpo para sustentar a alma na encarnação. O corpo vive do pão que come mas a alma vive da Palavra que lhe faz aprender. Então, não é só de pão que vive o homem. Tem mais coisas nesta receita e o homem precisa compreender para ampliar o uso dos seus recursos.
Vejam o futebol. O futebol é uma arte que se faz com os pés.
Nele, “bater com as duas pernas” é dizer da grande habilidade de um jogador. É dizer que um jogador usa com maestria os dois recursos que possui - os pés - para o trato do mesmo objeto: a bola.
O que Jesus quer, conforme a interpretação de Emmanuel sobre Mateus 4:4, é, em bom “futebolês”, que nós brasileiros aprendamos a bater a bolinha da vida como um craque - com qualquer das duas pernas...


“Nem só de pão vive o homem.” – Jesus. (Mateus, 4:4.)

Arrangemos a roupa que protege o corpo, mas busquemos também os saberes superiores que fortaleçam a alma.
Tratemos da beleza do rosto, mas cuidemos do mesmo jeito da formosura e nobreza dos sentimentos.
É bom ter a melhoria genética aprimorando a musculatura, mas é melhor ainda se somada com a educação que aperfeiçoa as modos.
Fazer a cirurgia que tira o defeito orgânico, mas se esforçar do mesmo jeito para acabar com o defeito íntimo.
Fazer uma casa na terra para o conforto da vida física, mas criar o espaço etéreo da Oficina do Bem aonde o espírito seja útil, estimado e respeitável.
Não apenas merecer as honrarias da personalidade, mas também compor com elas as virtudes que enriqueçam a consciência eterna.
Não acender apenas os holofotes terrenos, mas usar também a luz divina que clareia o entendimento que nunca se perde.
Não se conformar só com o agradável, mas correr atrás do útil também.
Que venham as  flores, mas a elas juntemos os frutos. Tenhamos o ensino, mas busquemos igualmente a prática ativa.
Tomar a teoria excelente, mas que seja aliada à prática santificante.
Não apenas nós, mas igualmente os outros.
O Mestre disse: – “Nem só de pão vive o homem.” Então, vamos aplicar este conceito sublime ao mundo todo.
Bom gosto, harmonia e dignidade nas aparências é um dever, mas não vamos esquecer da pureza, da elevação e dos recursos sublimes da vida interior, com os quais rumamos para a Eternidade.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

CRISTO SOMADO A NÓS (017)

Gente

Pode haver coisa que nos honre mais, porém que tal saber que Jesus precisa de nós?
Que nós precisamos dele não há como negar porque, só ele – que já cursou todos os roteiros da terra – saberá nos orientar perfeitamente em todos os casos. Mas, como entender então esta busca inegável que ele faz por nós, humanos, senão que ele precisa de nós?
Qual será a natureza desta necessidade?
Ora, o ensino dado por ele aponta seu entendimento de um mundo solidário e dinâmico, em permanente evolução das partes que aumentam o Todo e do Todo que, evoluindo, faz crescer cada parte. Ele se doa a nós e nos pede doação mútua
É compreensível um mundo assim e é razoável esta maneira de ser que, neste entendimento, aponta para a consagrada concepção de Hegel sobre a dialética. Para ele, a dialética é a única e verdadeira natureza da razão e do ser que se distinguem mutuamente e se definem num processo sensato que se dá pela união incessante dos contrários para chegar a uma categoria superior.
Jesus é nosso “contrário” pois encarna a perfeição possível ao gênero humano, que é imperfeito. Vindo até nós ele se distingue e nos distingue igualmente, e a junçao destas partes faz com que, tanto ele quanto nós, passemos a uma categoria superior.
Doce filosofia.


“E disse-lhe o Senhor em visão: – Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor!” – (Atos, 9:10.)

Os homens esperam por Jesus e Jesus espera igualmente pelos homens.
Não vamos pensar que o mundo vá se redimir sem que pessoas se redimam uma a auma.
Para espalhar a sublimidade do seu programa salvador, o Mestre pede nossos braços para sua realização e incrementação.
Ele começou chamando Pedro e André, formando depois um grupo de doze companheiros para fazer o serviço da regeneração da terra.
E, desde então, não parou de convidar, insistir e apelar junto a nós, para que nos tornemos instrumentos de sua Divina Vontade, nos fazendo perceber que a redenção vem dos Céus, mas não se realiza aqui sem a colaboração ativa de gente de boa-vontade.
Mesmo quando vem, pessoalmente, buscando alguém para o trabalho da luz, como se deu na conversão de Paulo, ele não dispensa a cooperação dos servidores encarnados.
Depois de visitar o doutor nascido em Tarso, procura diretamente Ananias e o manda para socorrer o novo discípulo.
Por que Jesus se preocupou em acompanhar Paulo ajudando pessoalmente? É porque, se de um lado a Humanidade não pode se iluminar e progredir sem Cristo, do outro o Cristo não nos dispensa do trabalho de erguer e sublimar o mundo.
“Vão e falem da boa-nova a todos.”
“Estou enviando vocês.”
“Que a luz de vocês supere a dos homens.”
“A tarefa é bem grande, mas os trabalhadores são poucos.”
Estas palavras do Mestre mostram a importância que ele dá à nossa contribuição.
Vamos amar e trabalhar, nos esmerando servindo sempre.
Aonde tiver um seguidor do Evangelho tem um mensageiro de Jesus para o trabalho contínuo do bem.
Cristianismo quer dizer Cristo somado a nós.
  

(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)

FIQUE CALMO (016)

Gente amiga

Pensar sobre a morte perturba a gente. Não tem jeito. O cristianismo passou muito tempo enchendo nosso juízo de idéias que nos fizeram crer que a vida eterna seria aqui mesmo. Ora, o “sangue de Jesus tem poder”! E haja sangramento de Jesus para vivificar tanto corpo apodrecido, apodrecendo ou por apodrecer. Por que será isso?
Por que será que a gente não se deixa logo convencer que somos uma essência eterna que se reveste e se desveste – sempre que precisa – de artefatos corporais com prazo de validade definido?
A teologia cristã primitiva disse que Deus soprou a vida na greda de barro e ela se tornou “nefesh” – ser vivente. Isto não é ciência histórica porque nosso avanço ainda não definiu isso. Não é testemunho de fato, porque ninguém esteve lá - estávamos sendo criados. Portanto, isso é mera suposição válida.
Hoje, caminhamos para a confirmação científica da vida no formato descrito pela Doutrina Espírita. Ela afirma que temos uma essência imortal que vem de um lugar, toma e governa um corpo carnal até o fim dele, e volta para o lugar de onde veio.
Somos “mutatis mutandis” de essência imortal. As experiências de quase morte – EQM – estão aí para ir comprovando aos mais dispostos aos menos teimosos.
Não somos almas encarnadas que vão “virar” espíritos quando morrerem. Não. Com medo de morrer ou não, gente amiga, nós somos espíritos e estamos na carne só por enquanto...
Não se perturbem.


“E o mandamento que era para a vida, achei eu que me era para a morte.” – Paulo. (Romanos, 7:10.)

Se a gente perguntasse ao grão de trigo o que ele achava do moinho, naturalmente que ele diaria que lá é uma casa de tortura aonde ele se aflige e sofre; no entanto, é lá que ele deixa de ser mera semente para ser pão sublime capaz de sustentar o mundo.
E se a gente pedisse à madeira que falasse do serrote, ela diria que ele é o carrasco de sua vida, a dilacerar suas entranhas; todavia, através das artes do tal carrasco, ela se faz delicada e útil para coisas sempre mais nobres.
Se for perguntada à pedra bruta o que ela diz do esmeril, ela vai dizer que ele é o mais odioso perseguidor de sua paz, que só faz feri-la dia e noite; entretanto, depois dos golpes ela se torna gema apreciada, aperfeiçoada e brilhante.
Assim é a alma. Assim é sua luta.
Se se perguntar ao homem sobre carne ele dirá talvez cobras e lagartos. Se a gente perguntar sobre a dor vamos ouvir velhos disparates verbais. E se ele for perguntado sobre a dificuldade vai derramar fel e pranto.
Mas, não dá para ignorar que de um corpo disciplinado, de dentro do sofrimento purificador e da dificuldade aflitiva, o Espírito se ergue sempre mais belo, mais forte e mais sábio para a vida sem-fim.
Por isso, não se perturbe diante da luta, e repara.
O que lhe parece derrota muitas vezes é vitória. E o que pareça lhe matar é investimento para seu lucro na vida eterna.


 (FONTE VIVA - Com modificação do registro do falar.)