Sic vos non vobis

"Sic vos non vobis"... É por vós, mas não só para vós, que as coisas veem a ser feitas!

LIÇÕES DO "FONTE VIVA" COM ALTERAÇÃO DO REGISTRO DO FALAR.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

DIANTE D’ELE (048)

As pedidas d’Ele para nós, são de amargar. Amar inimigos? Fazer o bem a quem quer ver nossa caveira? Rezar por quem nos persegue? Perdoar o tempo todo? O que que é isso?!
O que Ele fala já é ruim e o jeito que Ele fala ainda piora as coisas. Só que, não há como negar que Ele é dos nossos. Gente, Ele, é “o cara” e sabe só tudo. Não tinha nada que fazer aqui, mas veio aqui por nossa causa para mostrar como é que é pra fazer as coisas por aqui.
Acho que temos de ouvi-lo, e ouvi-lo como o japonês faz quando toca a sirene de “tsunami” – ouve e sair fazendo, na hora, na lata.
Temos de acordar de manhã e lembrar que o Espírito – que não morre – veio pra cá para aprender. Lembrar que tem coisa que se acaba – pra começar, este corpo! Por isto é besteira ficar dando melzinho na chupeta para ele se comprazer. Também não é caso de se pensar que precisamos voltar a usar o cinto de tachinha ou se flagelar como penitentes. Não é  isso.
Mas, num tempo como esse nosso em que se cria excesso “bombando” alguma coisa e, depois, tira com a lipo; em que se usa a chapinha para alisar e, depois, escova pra encrespar – tudo em nome da estética corporal, é hora de botar bom senso e ver se o corpo não está “alisado” demais.
Por mim, acho que sim. Escutar, nós o escutamos direitinho. Só que, “cuidando” do corpo assim, nós não estamos muito a fim de largar essa boquinha – aí, nos fazemos de desentendidos.

Já pensou com que cara ficaremos se, na hora da desencarnação, o veículo “for pro céu” e a gente “for pro umbral?”

A palavra d’Ele pede pra gente malhar o espírito pelo uso necessário do corpo. Se doer ou ficar feínho, que mal faz se tanto bem traz?!


“Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra.” – Jesus. (João, 8:43.)

A linguagem do Cristo sempre foi difícil e esquisita para muitos dos que se aproximam dela.
Fazer todo o bem que se possa, mesmo quando o mal parecer crescente poderoso. Emprestar sem exigir retorno. Desculpar sempre. Amar nossos adversários. Ajudar aos falsos e aos maus.
Muita gente ouve o Evangelho mas ele por uma orelha e sai pela outra sem lhe tocar o coração. Isso acontece com muitos adeptos do Evangelho, porque eles usam sua força mental em outra coisa. Eles crêem “mais ou menos” no auxílio divino nas horas difíceis, mas não querem nem saber de estudar e saber como se aplicam as leis divinas. As coisas do “dia-a-dia” lhes tomam todo o tempo. Querem dinheiro, comida, roupa, saúde, prazer e aplauso social com tanta força que nem se lembram de que estão “de passagem” pelo mundo em que se encontram e nunca pensam que todas essas coisas materiais, só existem para lhes dar condições de trabalhar na caridade e na luz, para engrandecimento do espírito eterno. Anotam as chamadas do Cristo, mas, se aferram com unhas e dentes nos apelos da vida “feijão-com-arroz”. Se dão conta mas não atendem. Informam-se, mas não entendem. No meio dessas contradições, está um monte de gente boa e, às vezes, admiráveis amigos nossos. Carregam no coração enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive enroscada nas coisas que se acabarão “já já”. Nós estamos num lugar bom, adequado e todo equipado, porém, nós usamos em atividades mais ou menos inúteis.
Não nos esqueçamos, de que a coisa mais fácil do mundo é anotar as coisas que ouvimos do Senhor, mas, aí, é preciso ter um coração limpo das bugingangas terrenas, pronto para receber a palavra divina nele, em espírito e verdade.

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sábado, 16 de abril de 2011

AUTOLIBERTAÇÃO (47)

“Ter como se não tivesse” é uma regra de vida que dá uma paulada muito segura no nosso egoísmo. O egoísmo não é um mal em si mesmo, ele é a corrupção de uma força nobre existente no ser humano para que ele possa existir. Para manter-se vivo, cada ser precisa captar os recursos necessários. E, por conta da imperfeição que viemos tratar, ao fazer o mesmo esforço, uns conseguem muito enquanto outros quase nada conseguem.
Se já tivéssemos chegado à perfeição a generosidade dos eficientes já teria corrido para socorrer o pedido de ajuda dos menos capazes, e pronto.
Mas, não se dá assim.
De repente, nos esquecemos de que VIDA é a outra e, “desconfiado da proteção”, começamos a “guardar alguma coisa para os tempos difíceis”. Daí então, nós eficientes, tomamos tudo o que precisamos e ainda guardamos outro tanto porque, “sabe-se lá, né?”. Por conta disso, aquilo que nossos irmãos de sina neste mundo precisam já, já, fica guardado no mocó... Ah, quanta sabedoria meu Jesus!
O cara, de passagem por aqui, pensa que vai morar... pega e compra casa?!
Certo de que vai morar...  adquire a “chacrinha” pros fim de semana?!
Aí compra carro porque a “chacrinha” é longe...
Aí troca de carro todo ano porque a estradinha é ruim...

Aí, um belo dia, chega Aquela que nunca deixa de vir, leva o sujeito
e deixa a casa,
e deixa a chacrinha,
e deixa o espeto queimando no fogo, enquanto deixa o corpo esgotado, enfartado no chão...
porque, pra Lá, não se leva nada disso.

“Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.” – Paulo. (1ª Carta a Timóteo, 6:7.)

Se você quiser livrar a alma das escuras correntes do “eu”, comece já o curso de autolibertação, aprendendo a viver “tendo as coisas como se não tivesse”, vivendo “com todo mundo como se fosse sem ninguém”. Se a gente chega na Terra como viajante precisado de acolhida e de socorro e se a gente sabe que vai sair dela sozinho, é melhor se conformar a viver consigo mesmo, servindo a todos em troca de crescer espiritualmente para a imortalidade. Não se esqueça de que, conforme as leis que nos governam, cada um sempre estará sozinho, lá do seu jeito, aprendendo a se superar.
Dedique-se ao bem para o seu próprio bem, mas, acima de tudo, por causa do amor ao próprio bem. Grande mesmo é aquele que sabe que é pequeno, diante da vida infinita. De caso pensado não vá se impor afugentando a simpatia dos outros; não vá dispensar a cooperação dos outros na tarefa que é sua. Nunca pense que sua dor seja maior que a dor do vizinho ou que seu a jeito de fazer as coisas vá agradar todo mundo. Uma coisa que nos dá coragem pode espantar os outros e os ingredientes da nossa alegria pode ser um veneno para os outros.
Principalmente, combata seu melindre pessoal com o mesmo constância que limpa a cama em que se deita. Muita ofensa anotada é peso inútil pro coração. Guardar o sarcasmo ou o insulto alheio não será o mesmo que cultivar um espinheiro dentro de casa?
Todo dia de manhã pacifique a mente e siga pra frente na certeza de a gente acerta as contas é com Aquele que nos emprestou a vida e não com os nossos iguais que fazem dela a maior bagunça. Deixe que a realidade lhe ajude a ver as coisas que você acabará achando a divina felicidade do anjo anônimo, que se esconde na glória do bem comum.
Aprenda a ser só para ser mais livre no cumprimento do dever que nos une a todos, e, com a mente voltada pra Jesus, que escolheu o caminho estreito da cruz, não nos esqueçamos do lembrete de Paulo, que diz sobre os bens de ordem material, “nada trouxemos para este mundo e é certo que nada levaremos dele”.


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sexta-feira, 8 de abril de 2011

NA HORA DA CRUZ (046)

A gente luta e luta mas tem horas que nossas forças não bastam para barrar os agressores do mal e a gente acaba desarmado, reduzido e exposto às tentativas de humilhação da parte deles.
Dá desânimo.
Dá canseira.
Dá vontade de chutar o pau da barraca.
Dá vontade de tudo quanto há de ruim...
Vem todo mundo pra cima de dedo na cara... Todo mundo corre dentro e dança em cima do nosso caixão. Aí, a gente olha pra Jesus com um desencanto bem próprio dos infelizes, dos derrotados.
Mas, assim que a gente olha, enxerga logo a cruz dele, vê a irônica coroa de espinhos, vê a mansidão do “Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi”, diante de todo aquele despautério e... é o jeito deixar cair a ficha, fazer o link, conectar-se porque, isso tudo, não é sinal de derrota.
A única exaltação possível ao cristão é a cruz mesmo.
O cristão é para salvar os outros e não para “se safar”.
Para cair, o cristão precisa “subir” na cruz e na hora que o corpo cai coberto de pancadas, sopapos e mangoças, a alma sobe ligeira aos braços do Mestre para juntar-se a todos os que são libertos da cruz pela cruz que aceitaram.


“Ele salvou a muitos e a si mesmo não pôde salvar-se.” – (Mateus, 27:42.)

Sim, ele redimiu a muitos...
Estendeu o amor e a verdade, a paz e a luz, levantou enfermos e ressuscitou mortos.
Entretanto, para ele mesmo erguia-se a cruz entre ladrões.
Na verdade, para quem tinha se exaltado tanto, para quem tinha atingido o topo, até dizendo de sua própria condição de Redentor e Rei, a queda era enorme...
Era o Príncipe da Paz e caía vencido pela guerra dos interesses inferiores. Era o Salvador e não se salvava. Era o Justo e sofria uma injustiça sem tamanho. Para os humanos o Senhor desmoronado, flagelado e vencido era a perda maior de todas.
Porém, ele tinha caído... na cruz! Sangrando, mas... de pé. Torturado, mas de braços abertos. Submetido ao sofrimento... mas suspenso da Terra. Rodeado de ódio e sarcasmo, mas de coração elevado ao Amor.
Tinha caído, desprezado e esquecido, mas, no outro dia, fazia da própria dor a glória divina. A fronte pendeu, empastada de sangue, na cruz, e ressurgiu na luz do sol entre os cheiros de um jardim. A derrota escura virou vitória resplandecente. A cruz afrontosa se encheu de claridades celestiais para a Terra inteira.
Assim também se dá nas nossas vidas. Não vá tropeçar no triunfo fácil ou na coroa barata dos crucificadores. Toda vez que as coisas se juntarem querendo obrigar você a mudar o rumo da vida, prefira o próprio sacrifício, transformando a dor em auxílio para muitos, porque quem recebe a cruz, em favor dos semelhantes, descobre o trilho da eterna ressurreição.


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sábado, 2 de abril de 2011

SÓ DESSE JEITO (045)

Céu é prêmio.
Prêmio é resultado de esforço.
Esforço é aplicação dos recursos pessoais objetivando produzir.
Toda vez que o Espírito se move no espaço com essa determinação, algo acontece sempre. Não tem jeito. O que temos de fazer é qualificar o objetivo da produção porque, produzir, isso a gente sabe muito bem.
A excelência de uma produção está no fruto final. Não está na concepção do plano, na pujança da vontade, na excelência da ferramenta ou na vistosa embalagem. Está no fruto, na perfeição com que ele se encaixa na carência, atendendo a necessidade que moveu a produção. Só desse jeito ela se justifica. Só assim ela compensa o suor despendido. Só assim se põe o selo de nobreza de uma ISO 9000 das instâncias sublimes.
Esse modelo trazemos decalcado em nossa alma cristã.
Somos premidos ao esforço para o trabalho conforme uma regra nascida da experiência consagrada de Jesus. Por que não tomar a peito o conselho de Emmanuel e mandar ver?
Trabalhemos, pois então, que o patrão é bom e o trabalho rende...


“Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” – Jesus. (João, 15:8.)

Nas nossas aflições, o Pai é invocado. Nas alegrias, é adorado. Na noite tempestuosa, é sempre ansiosamente esperado. No dia festivo, é solenemente reverenciado.
Louvado pelos filhos reconhecidos e esquecido pelos ingratos, o Pai dá sempre, espalhando as bênçãos de sua bondade infinita entre bons e maus, justos e injustos.
Ensina o verme a rastejar, o arbusto a se desenvolver e o homem a raciocinar.
Porém, ninguém duvide o quanto o Senhor Supremo espera de nós. De existência em existência, ele nos ajuda a crescer e a servir, para que, um dia, nos integremos, vitoriosos, em seu divino amor e possamos glorificá-lo.
Só que nunca vamos chegar a essa condição, simplesmente enfeitando nossos sentimentos e raciocínios com a coloração mais brilhante.
Nossos ideais superiores são imprescindíveis. Eles se parecem com as flores mais belas e perfumadas de uma árvore em que nossa cultura, em essência, faz a robustez do tronco respeitável. Nossos desejos mais sublimes são preciosos e necessários, e representam as folhas vivas e promissoras da árvore. E tudo isso aí é ordenamento da colheita.
Do mesmo jeito é com a alma. Só dá para ela glorificar o Pai quando acatar seus decretos de amor universal e produzir para o bem eterno.
Por isso mesmo, o Mestre foi claro em sua afirmação. Que nossa atividade, dentro da vida, produza muito fruto de paz e sabedoria, amor e esperança, fé e alegria, justiça e misericórdia, em trabalho pessoal digno e constante, porquanto, somente assim o Pai será por nós glorificado e só nessa condição seremos discípulos do Mestre Crucificado e Redivivo.


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