Sic vos non vobis

"Sic vos non vobis"... É por vós, mas não só para vós, que as coisas veem a ser feitas!

LIÇÕES DO "FONTE VIVA" COM ALTERAÇÃO DO REGISTRO DO FALAR.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

NA OBRA REGENERATIVA (037) - Quando quiser melhorar alguém...

No exercício da função de espelho para nosso irmão, cabe a nós, sim, apontar-lhe os erros para que ele mesmo os corrija. O ruim é quando a gente “gosta” de fazer isso é faz o irmão pensar que criticamos seu erro como se fôssemos incapazes de cometê-lo. Nesta terra conta-se nos dedos de uma só mão quem passe por isto e não se magoe.
Meu caro amigo, na hora que o orgulho lhe pedir que, ferinamente, aponte o erro que viu em alguém, lembre-se: – Somos farinha do mesmo saco. A condição dele é a nossa. Ao apontar o dedo indicador para o irmão, seu polegar tenta esconder três dedos que apontam para você mesmo!
A única serventia da nossa visão nessa hora é o proveito do irmão, portanto devemos colocar isso logo no começo, na intenção do gesto. Nada nos adianta apontar o erro alheio para criar um destaque pra nós. O podre da estrutura dele muda em nós só o detalhe.
Aponte com isenção, com discrição, com brandura, misericordiosamente, e torça para que o companheiro faça um bom proveito de seu gesto, mas nem fique esperando...
Fique esperto, fique frio, fique pronto porque nossa vez sempre chega.


“Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, orientai-o com espírito de mansidão, velando por vós mesmos para que não sejais igualmente tentados.” – Paulo (Gálatas, 6:1.)

Se orientarmos o irmão que se perdeu no cipoal dos erros na base de críticas raivosas, tudo o que fazemos é despertar sua ira contra nós.
Se lhe dermos golpes, ele revidará com outros golpes. Se apontarmos suas falhas, ele poderá dedurar o menor dos nossos erros. Se acharmos que ele deve sofrer o mal com que feriu os outros, só vamos aumentar o tanto do mal ao redor de nós. Se batermos palmas para sua conduta errada, estamos aprovando o crime. Se “deixarmos pra lá”, manteremos a perturbação.
Mas se conseguirmos tratar o erro do semelhante, como quem quer tirar a enfermidade de um amigo doente, aí estaremos fazendo a regeneração de verdade.
Nas horas amargas em que vemos um companheiro despencar nas sombras íntimas, não esqueçamos que, para ajudá-lo mesmo, não serve nem a condenação nem o elogio. Se não é certo jogar gasolina no fogo para apagar a fogueira, também ninguém conseguirá curar chagas borrifando perfume.
Sejamos humanos, antes de tudo. Cheguemos até o companheiro infeliz, levando compreensão e da fraternidade. Ninguém perde nada quando damos o respeito devido a todas as criaturas e a todas as coisas. Coloquemo-nos na posição do réu e vamos ver se, no lugar dele, tínhamos resistido às tentações do mal. Vejamos as nossas vantagens e os prejuízos do próximo, sem pender para nenhum lado e boa intenção.
Toda vez que fizermos assim, o quadro muda nos mínimos detalhes.
De toda forma sempre é fácil condenar e chicotear para, com certeza, cair na mesma esparrela quando for nossa vez de ser tentado.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

AFIRMAÇÃO ESCLARECEDORA (036) - Desmascarando a coisa...

No quinto capítulo do Evangelho de João Jesus diz: “39 Vocês procuram as Escrituras porque acham que elas têm a vida eterna, e são estas escrituras que falam de mim. Mas, vocês não querem vir a mim para ter a vida”.
Tem horas que o Mestre sai do repertório da suavidade, pega a gente e sacode vigorosamente para ver se a ficha cai! Nós, cristãos, parecemos ter uma trava poderosa no nosso entendimento fazendo-nos negar teimosamente a imperiosa necessidade de trabalho, de malhação, de suor, de sofrimento, para NOS salvarmos.
Não nos ajudaram os quase dois mil anos de cristianismo pedrado numa idéia equivocada de “salvação” nos fizeram este mal. Por um lado, católicos a dizerem que: “Jesus morreu por nós para nos salvar”, plantando em nosso juízo a idéia de que sua morte é um cheque em branco em nosso favor.  Por outro lado, protestantes (evangélicos) – muito mais discípulos de Paulo que de Jesus – agarram-se na carta aos Romanos aonde diz que “Só a fé salva” para, na verdade, juntarem-se aos primeiros negando a necessidade de reparar se boas obras nascem dessa fé...
Ah, meus amigos,  a verdade pode até machucar mas, a mentira, mata!
A morte de Jesus é um detalhe, Jesus VIVEU para nos mostrar como a gente se salva!
E não tem jeito da gente se salvar sem se mexer para ir até ele, sem trabalhar com ele, sem viver por ele.


“E não quereis vir a mim para terdes vida.” – Jesus. (João, 5:40.)

Quem quiser ir além do que é agora precisa entender o valor supremo que tem a vontade no aperfeiçoamento próprio.
As Igrejas e outras entidades do Cristianismo andam cheias de aprendizes que vislumbram os poderes divinos de Jesus e reconhecem sua grandeza, mas que caminham aos tropeços por causa de cruéis hesitações. Crêem e descrêem, ajudam e desajudam, organizam e perturbam, se iluminam na fé e se escurecem na desconfiança...
Isto se dá porque eles estão a fim da proteção do Senhor para gozarem no corpo imediata alegria, mas não estão a fim de ir até o Senhor tomar posse da vida eterna. Pedem o milagre das mãos do Cristo, mas não querem nem saber de suas diretrizes. Imploram por sua presença consoladora, entretanto, não acompanham os seus passos. Desejam ouvir sua palavra de esperança e conforto na beira do lago sereno, mas se negam a fazer com ele o serviço a fazer pelo caminho, se sacrificando pela vitória do bem. Vão bajular o Mestre adornando Jerusalém com flores, mas na hora de testemunhar com entendimento e bondade, fogem com medo da multidão louca, doente do juízo.
Eles suplicam a bênção da ressurreição, no entanto, odeiam a cruz de espinhos que regenera e santifica. Eles podem encabeçar movimentos edificantes, mas não querem. Eles clamam pela luz divina mas têm medo de sair das sombras. Eles sonham com a melhoria das condições em que vivem, porém, não querem saber de renovarem a si mesmos.
Vemos então como é fácil comer o pão que o amor do Mestre Divino multiplica ou se alegrar com a cura que ele realiza, mas, para chegar na Vida Plena que ele representa, não basta o poder e o ato de crer. Não. Temos de ter a vontade firme de quem aprendeu a trabalhar e servir, aperfeiçoar e querer.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

SIRVAMOS (029)

OBS.: Só agora divulgo este estudo que devia ter sido publicado logo depois do nº (028).


Meus "companheiros"

Apesar do jargão petista o que desejo, ao dizer “companheiros”, é sair da rotina dos cabeçalhos.
A reflexão de Emmanuel que abordo hoje puxa a gente para o canto do ringue e põe a gente sob uma saraivada de golpes de realidade. Mais do que em qualquer outra das 28 reflexões que comentamos, esta lembra-nos da condição passageira da vida e de tudo que vem às nossas mãos.
Não somos donos de nada, mas, um bocado de coisas é colocada em nossas mãos para que sejamos distribuidores. É preciso pois pensar nisso o tempo todo, em cada dia que Deus nos dá, para que não nos enganemos de posição e pensemos que somos, realmente, donos de alguma coisa.
Se estamos em posição de altos ganhos é porque estamos sendo testados na nossa capacidade de distribuí-los. Se grande sabedoria se acumulou em nós é para provarmos a nossa capacidade de ensinar e induzir quem não sabe ainda. Se as coisas se fecham empurrando a gente para um corredor estreito é para ver em nós a capacidade de confiar que Deus nos inspirará a saída.
Viver, a maior parte das vezes, não é uma experiência de posse, é um exercício de distribuição.

“Servindo de boa-vontade, como sendo ao Senhor, e não aos homens.” – Paulo. (Efésios, 6:7.)

Se você faz Leis, mas não a aplica como o Senhor faz que é olhando o que cada um precisa, você entra num caminho cheio dos perigos, que você mesmo cria com seus erros, sem aproveitar o prêmio que se ganha por fazer o bem de todos.
Se você gerencia, mas não é conforme o interesse do Senhor, na estrada em que segue como quem manda na vida, você corre o risco de se perder no gozo de caprichos vergonhosos, e deixar de ganhar as bênçãos de quem fornece o bem público.
Se você julga os outros sem se inspirar no Senhor, que sabe tudo de todos, você vive beirando perigosamente o abismo onde caem precipitadamente as vítimas do seu julgamento apressado, sem ganhar nada para si dos dons da sabedoria que a Justiça conserva em tua inteligência.
Se você pinta quadros, faz estátuas, fala bem ou canta, sem espelhar nas suas obras a perfeição, o amor e a luz do Senhor, você põe nos ombros o peso dos que criam imagens pecaminosas para consumo da mente popular, perdendo, em vão, a glória que enfeitou seus sentimentos.
Se a obediência chama você para organizar utilidades para o mundo, se você não compreender o espírito do Senhor, que se desdobrou para todos até o sacrifício da vida, você vai viver pra lá e pra cá entre a indisciplina e o desânimo, sem ganhar para si mesmo nada da claridade divina do talento que tem nas mãos.
Meu amigo, esta passagem pela Terra é um aprendizado magnífico.
O trabalho é sempre o Mestre do aperfeiçoamento.
A gente deve servir mas sem se prender ao serviço
Em toda parte da terra, tem como agir e se aperfeiçoar, para quem quer seguir adiante. O negócio é servir com boa vontade, em qualquer canto, como se fosse a Deus e não às pessoas, porque aí, o Senhor nos subirá para o lugar mais alto da vida.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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domingo, 20 de fevereiro de 2011

ESTENDAMOS O BEM (035)

O mal é uma porção de barro para a gente modelar o que quiser.
Para conseguirmos avançar no terreno da perfeição temos de aceitar as investidas do que seja “mal”. Não podemos fugir deste encontro.
Quando algo se apresenta para nós e não o identificamos, chamamos de “diferente” e nos retraímos. Dependendo da leitura dos sentidos podemos também chamar a diferença de agressão e o que nos contata de inimigo, porque nossa lógica interna diz que, o que não é igual a nós ou que desconhecemos, não é bom.
Jesus disse que podemos ser deuses. Projetinhos de deus somos nós, eu diria. Porém, muitos de nós age como se já fosse deus, principalmente no quesito do exercício do poder para realizar o “venha a nós” tomando o que outros têm. E como nós conhecemos a nós mesmos, imaginamos que o Outro também seja assim e esteja vindo para nos assaltar.
Por isso Emmanuel intervém.
Mostra o versículo da carta de Paulo aos Romanos e nos convoca para, diante do mal, agir como artesãos do barro transformando-o no bem. As coisas opostas – sombra e luz, duro e macio, quente e frio – quando se encontram se fundem e não mais são o que eram. A sombra fica iluminada, o duro amacia-se e o quente esfria.
Se “atacarmos” o mal com o bem usando nosso melhor esforço, ele deixa de ser o que é.

“Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem”. – Paulo. (Romanos, 12:21.)

Repare que, na Natureza, em face do mal, todos os elementos oferecem o melhor que possuem para que a harmonia retorne e o bem triunfe.
Quando parece que toda a paisagem foi destruída pelo temporal, as forças divinas da vida se reúnem para a obra do refazimento.
O Sol brilha sobre o lamaçal e cura as chagas do chão. O vento acaricia as árvores e enxuga seus ramos. O canto das aves substitui o trovão. A planície recebe a enxurrada sem se revoltar e ainda por cima faz dela precioso adubo. O ar que carrega as nuvens e conduz o choque do raio destruidor, volta a ser leve e suave. A árvore de copa quebrada ou ferida se regenera, silenciosamente, para produzir novas flores e novos frutos. Nossa mãe comum, a terra, de vez em quando, pega a chuva de granizo e o banho de lodo, mas nem por isso deixa de engrandecer o bem cada vez mais.
Então por que é que, na nossa vez, a gente deixa amargura e irritação guardadas no coração?
Vamos aprender a receber a adversidade, canalizando suas energias para proveito da vida. A ignorância é só uma noite grande que perderá o lugar pro sol da sabedoria. Usemos nosso tesouro de amor, em todas as direções, e levemos o bem por toda parte.
Quando a fonte se suja de lama jamais se dá por vencida. Ela acolhe os detritos em si mesma e continua a correr, fazendo deles bênçãos que segue distribuindo, com brandura e humildade, para benefício de todos.



(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

GUARDEMOS O CUIDADO (033) - (Pondo as barbas de molho)

O referencial do que vemos no outro é nosso.
Cada um só pode sentir o mundo com os sentidos que tem em si. Olhar, medir, pesar, ouvir, cheirar, pegar, tudo isto a gente faz com o que tem.
Esta matéria aqui, trecho da carta de Paulo a Tito que Emmanuel chama a atenção, é oportuna demais para a gente entender o que é que “maldamos” nos outros.
Minha mãe – bem humoradíssima velhinha – contava uma história engraçada de um homem que, sabe-se lá como, sujara os bigodes de cocô. Como era muito educado não reclamou nada de ninguém, mas sofreu pelas tantas horas em que ficou achando que o mundo todo era um penico só. Até que, entrando num banheiro, pode ver num espelho que era seu bigode que estava empestado.
Olhamos com nossos olhos (às vezes de óculos), medimos com nossa trena, pesamos com nossa balança, ouvimos pelas nossas oiças, o que cheiramos vem por nossas narinas, o que pegamos é com nossas mãos. Veja que entre o nosso espírito que registra as coisas e cada coisa em si, tem dois intermediários: o Corpo que informa e a Mente que compara.
Se o corpo falhar, a gente comete um erro.
Se a mente está mal informada a gente comete dois.
Se não lembrarmos que o que vemos nos outros é uma projeção da gente mesmo não cometemos um terceiro erro, não.
A gente se ferra!

  
“... mas nada é puro para os contaminados e infiéis.” – Paulo. (Tito, 1:15.)

A visão, com que a pessoa enxerga as coisas entorno, parte de dentro dela mesma. Com os elementos que tem dentro de si, ela julga os aspectos de fora. Pelo que ela é capaz de sentir, ela confere os sentimentos alheios. Ela pensa que achará no procedimento dos outros os mesmos valores e o jeito de fazer as coisas que são seus. Por isso a gente tem que ficar esperto para que a consciência não se contamine com o que não presta.
Quando a gente tem sombra rolando na mente, a gente só vê sombra em toda parte.
Vê o amor mais puro se manifestar e fica imaginando loucuras carnais. Encontra um companheiro bem vestido e fica-se pensando na vaidade dele. Se um amigo é eleito para a carreira pública, mentalizamos a tirania política. Se o vizinho economiza e aproveita as oportunidades com perfeição, desconfiamos e ficamos ruminando longamente como foi que ele se apropriou indebitamente das coisas. Quando vemos um amigo ser enérgico na defesa justa de si mesmo, imediatamente nos o classificamos como intratável.
Na hora em que a treva toma conta de nossa vida nossos pensamentos são atingidos por lamentáveis alterações. Nessa hora as virtudes nunca são achadas, mas o mal sobra sempre, sempre. Os gestos de bênção mais significativos são lastimavelmente interpretados. É preciso tomar tento toda vez que a inveja, o ciúme, a suspeita ou a maledicência vierem nos visitar.
Há coisas complicadas na vida para as quais calar-se é um santo remédio, porque, sem dúvida, cada espírito segue o caminho ou o caminheiro, conforme a visão clara ou escura que tem.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ERGUER E AJUDAR (033) – POR A MÃO NA MASSA

É muito fácil olhar para este fato destacado por Emmanuel e enxergar “milagre”.
É fácil! Jesus lhe “dá o poder”, você estende as mãos e... pimba! Tudo acontece por mágica, sem esforço algum.

Será que ainda vamos ficar por muito tempo crendo que as coisas são assim? Quanto tempo ainda creremos que a intervenção divina trabalhará para encher a preguiça humana de razões para ficar “se maravilhando” e pedindo mais e mais? Gente, ‘tá bem que é da nossa natureza. Mas, se fomos criados por Deus “à sua imagem e semelhança”, e Jesus disse que “Meu Pai trabalha ainda hoje” (Jo 5:17), cadê a nossa disposição para isso?

Emmanuel ajuda-nos a olhar as coisas direito. Se Deus nos criou simples e ignorantes para evoluirmos, sempre vai aparecer alguma coisa para a gente fazer de concreto. Com o pouco que tivermos poderemos meter a mão na massa com Jesus na construção do Reino. Lembram de Jesus multiplicando os pães para mais de 5.000 pessoas? Pois é, um menininho deu uma força a Jesus dando-lhe cinco pães e dois peixes...

Na nossa mochila tem mais... portanto, vamos por a mão na massa!


“E ele, dando-lhe a mão, a levantou...” – (Atos, 9:41.)

Muito significativa a lição dos Atos, quando Pedro restabelece a saúde de Dorcas para a vida e para o trabalho.
Ele não se limita a dizer belas palavras lindas aos seus ouvidos, renovando as suas forças. Ele também dá a ela suas mãos para que se apóie e se levante. Trata-se de um ensinamento muito expressivo.
A gente vê muitos colegas que caíram se reerguerem para o conhecimento, para a alegria e para a virtude, cheios da luz do divino Mestre, e que são capazes de levantar milhares de criaturas para a Esfera Superior. Mas, para isso, só a pregação pura e simples não chega.
A pregação é um apelo muito forte, que nem o Cristo dispensou, mas a gente não pode esquecer que Ele, se doutrinou no monte – o “lugar mais alto” -, e que foi igualmente no “lugar mais alto” que Ele multiplicou os pães para o povo faminto, dando-lhe novo ânimo.
Nós, que éramos mortos na ignorância e que, hoje, graças à misericórdia divina, já conseguimos gozar algumas gotas de luz, precisamos estender este socorro para os demais. Porém, a gente não vai conseguir esta tarefa salvacionista só com o palavreado vazio de alguns discursos admiráveis. É indispensável meter a mão na massa das obras do bem.
O esforço dos braços representa ação pessoal. Sem empenhar nossas forças para construir o Reino Espiritual com o Cristo na Terra, será em vão o precioso discurso que façamos sobre pérolas da Boa Nova ou sobre as necessidades da redenção humana.
Quem encontre um irmão caído na estrada, que faça de tudo para despertá-lo com os recursos da palavra transformadora, mas não vamos esquecer que, para trazê-lo de novo à vida construtiva, será indispensável o choque de estender-lhe fraternalmente as nossas mãos, conforme mostra a inesquecível lição de Pedro.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A BOA PARTE (032) - Quando não é você quem a escolhe...

Caros amigos, é preciso saber escolher.
É preciso fazer isso, mas é preciso muito mais saber contemplar a escolha alheia porque temos uma irresistível tendência a achar que a nossa escolha é um “must”, não tem nada melhor!
Cada um de nós experimenta estágio particular da evolução e isto, certamente, leva a escolhas igualmente particulares. Reconhecer isto nos outros redimensiona para mais e melhor cada criatura e melhora nossa ciência de escolher. Ficamos mais modestos e passamos a admitir que alguém, de repente, pegou algo melhor da mesma prateleira onde estivemos. Nossa capacidade de análise apita logo na hora em que o sucesso alheio se mostra cutucando nossa inveja e ciúme – que sempre estão de plantão.
Emmanuel diz que a “boa parte” reside em todas as criaturas e em todas as coisas, não é só em nós, não. Na sapataria do mundo tem sapato de tudo quanto é jeito, mas é a nossa escolha ruim que faz o calo – não o sapato. Quando o calo começa a doer a gente manca. E se nessa hora aparece alguém sambando, e de salto alto, vamos pensar que é só pra “humilhar”...
Não é, não.
É que nosso irmão ou irmã, nesse quesito, sabe escolher melhor do que a gente e o que ela tem não deve ser manchado pela nosso ciúme ou roído pela nossa inveja.

Deixa quieto.

Felicite os outros pelos acertos que tiveram. Assim você aprende a ser justo e, quem sabe, sinta o calo amansar um pouquinho...

“Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada.” – Jesus. (Lucas, 10:42.)

Não te esqueças da “boa parte” que reside em todas as criaturas e em todas as coisas.
O fogo destrói, mas transporta consigo o elemento purificador. A pedra é contundente, mas consolida a segurança. A ventania açoita impiedosa, todavia, ajuda a renovação. A enxurrada é imundície, entretanto, costuma carrear o adubo indispensável à sementeira vitoriosa.
Assim também há criaturas que, em se revelando negativas em determinados setores da luta humana, são extremamente valiosas em outros. A apreciação unilateral é sempre ruinosa. A imperfeição completa, tanto quanto a perfeição integral, não existem no plano em que evoluímos. O criminoso, acusado por toda a gente, amanhã pode ser o enfermeiro que te estende o copo d’água.
O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser depois o irmão sublimado que te convida ao bom exemplo.
A tempestade da hora em que vivemos é, muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.
Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das pessoas.
 “Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada” – disse-nos o Senhor.
Assimilemos a essência da divina lição.
Quem procura a “boa parte” e nela se detém, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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sábado, 12 de fevereiro de 2011

QUEM TRABALHA (031)

Prezados, se não trabalhar não leva!

Em 1976 um craque do futebol, Gerson, fez a propaganda do cigarro Vila Rica cujo texto dizia no final: - “A gente tem de levar vantagem em tudo, certo?” Por conta disso associou-se à sua imagem – para seu desespero posterior – o sentido negativo da pessoa se aproveitar de todas as situações, sem se importar se isso fosse algo ético ou moral.
Você superar alguém por se esforçar muito é bem diferente de você superá-la porque lhe deu uma rasteira. Ter mais gabarito ao comparar-se com alguém não é a mesma coisa de fazer o outro de “mané”.
Emmanuel – que naturalmente já “bate sem dó” – desnuda esse nosso ainda dominante caráter safado, infantil, imbecil, de achar que a Justiça vai nos dar valor por desvalorizarmos os outros ou aceitar como nossa a obra que não fizemos.
Não é assim, não. Estamos chegando ao fim dessas “facilidades”, de alguém nos fazer de “manés” e sair levando tudo. Não, meu compadre. Agora, não!
É bom que você e eu, que ainda nos deixamos levar por estas tentações, tomemos tento e “desçamos” à real porque, se a gente “cair” na real vai doer porque estamos de salto alto.
Tomemos para nós somente aquilo que nos compete, e suemos com arte esta nossa camisa encarnatória, porque suar faz bem à saúde do corpo e limpa a alma de um bocado de catrevagens.


“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.” – Paulo. (2ª Carta a Timóteo, 2:6.)

Tem lavradores de todo tipo.
Tem aqueles que compram a terra e arrendam explorando-a através dos outros, sem nunca tocarem o chão com suas próprias mãos. Em muitos lugares a gente acha aqueles que deixam a enxada enferrujar, pois cruzam os braços culpando a chuva ou o sol pelo fracasso da plantação que não cuidam. Tem vezes que somos encarados por aqueles que fiscalizam a plantação dos vizinhos, sem dar atenção para a sua – que é, a que é da conta deles. Tem muitos que, sem ver do que, vêm falar disto e daquilo, enquanto as pragas destruidoras arrasam as flores frágeis do seu plantio. Já outros põem culpa na terra dizendo que ela é estéril, incapaz de qualquer produção, mas não é capaz de regar o chão da gleba que lhes deram ou de aduba-lo com qualquer coisa. Existem também aqueles indispostos, os possuídos pela enxaqueca ou pela gripe que perdem a grande chance de semear.
A Natureza, no entanto, devolve a cada um nos seus conformes: a uns o desengano, a outros a dificuldade, a estes negação e àqueles a decepção. Mas para cada agricultor que realmente trabalha, cedinho enche seu celeiro de graças e bênçãos.
No trabalho do espírito é do mesmo jeito. Ninguém alcança resultado bom sem se esforçar, sem dar para a obra do bem o melhor que tiver em si mesmo.
Paulo de Tarso, escrevendo numa época em que havia senhores e escravos, faltava seriedade e sobrava favoritismo, não nos diz que o agricultor autorizado pelo Império ou o que fosse mais rico, é que seria o dono legítimo da colheita. Mas disse com certeza, que o agricultor dedicado ao que é seu seria o primeiro a tirar vantagem.


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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

EDUQUE (030)

Meus amigos, não nos menosprezemos.
Podemos não estar lembrados mas, o Espírito de Deus habita em nós, e isto é ser muito mais do que uma “brastemp”.
Lá dentro de nós brilha este diamante e todo o nosso trabalho consiste em tirar barro, lama e cascalho que escondem esta riqueza. Só que esse negócio dói, é uma cirurgia para o nosso bem feita meio que “a frio” e nós, menininhos queridos das mamães, estamos mais dispostos a comer papinha do que a roer milho duro para nutrir-se e, ainda por cima, ficar com os dentes limpinhos...
Emmanuel fala pra gente que a coisa é assim mesmo. Tem fruteiras no pomar mas você tem de cuidar das plantas. Tem água farta e pura mas é você quem puxa os canos para traze-la.

O processo de educação que a terra dispõe, paulatinamente, pode nos tornar anjos.
Mas, se lembre que “educar” (educare) quer dizer “tirar lá de dentro” e cada um de nós vai ter de sacar esse anjo perdido do meio das nossas entranhas.


“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” Paulo. (1ª Carta aos Coríntios, 3:16.)

O germe do tronco benfeitor mora na semente pequenina.
As melodias que a fonte canta vem do coração da terra.
Num bloco de pedra se faz estátua finas.
No entanto, as fruteiras requerem trato. A corrente d’água tem de ser canalizada para não se contaminar. A jóia pede que o esmeril faça um milagre. Assim também o Espírito traz consigo a semente da Divindade. Deus está em nós, o tanto que estamos nele.
Mas, para que a luz divina se separe da escuridão humana, é preciso que os processos educativos da vida trabalhem em nós em caminhos pedregosos pelos tempos afora.
Somente de um coração engrandecido no saber pode sair o heroísmo dos santos. Somente um cérebro bem trabalhado pode produzir formas de pensamento iluminadas. Só a grandeza espiritual vai gerar a palavra segura, o verbo harmonioso e a voz que acalma.
Olhemos a dor e o trabalho como artistas celestes desenhando perfeição em nós.
Eduque que você transformará o irracional em inteligente, o inteligente em humano e o humano em anjo.
Eduque que você fará o paraíso na Terra. Já que o Senhor habita em nós, aperfeiçoemos a nossa vida, a fim de que ele se manifeste em nós.


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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

QUAL É A NOSSA? SIRVAMOS! (028)

Meus companheiros

Apesar do jargão petista o que desejo, ao dizer “companheiros”, é sair da rotina dos cabeçalhos.
A reflexão de Emmanuel que abordo hoje puxa a gente para o canto do ringue e põe a gente sob uma saraivada de golpes de realidade. Mais do que em qualquer outra das 28 reflexões que comentamos, esta lembra-nos da condição passageira da vida e de tudo que vem às nossas mãos.
Não somos donos de nada, mas, um bocado de coisas é colocada em nossas mãos para que sejamos distribuidores. É preciso pois pensar nisso o tempo todo, em cada dia que Deus nos dá, para que não nos enganemos de posição e pensemos que somos, realmente, donos de alguma coisa.
Se estamos em posição de altos ganhos é porque estamos sendo testados na nossa capacidade de distribuí-los. Se grande sabedoria se acumulou em nós é para provarmos a nossa capacidade de ensinar e induzir quem não sabe ainda. Se as coisas se fecham empurrando a gente para um corredor estreito é para ver em nós a capacidade de confiar que Deus nos inspirará a saída.
Viver, a maior parte das vezes, não é uma experiência de posse, é um exercício de distribuição.


“Servindo de boa-vontade, como sendo ao Senhor, e não aos homens.” – Paulo. (Efésios, 6:7.)

Se você faz Leis, mas não a aplica como o Senhor faz que é olhando o que cada um precisa, você entra num caminho cheio dos perigos, que você mesmo cria com seus erros, sem aproveitar o prêmio que se ganha por fazer o bem de todos.
Se você gerencia, mas não é conforme o interesse do Senhor, na estrada em que segue como quem manda na vida, você corre o risco de se perder no gozo de caprichos vergonhosos, e deixar de ganhar as bênçãos de quem fornece o bem público.
Se você julga os outros sem se inspirar no Senhor, que sabe tudo de todos, você vive beirando perigosamente o abismo onde caem precipitadamente as vítimas do seu julgamento apressado, sem ganhar nada para si dos dons da sabedoria que a Justiça conserva em tua inteligência.
Se você pinta quadros, faz estátuas, fala bem ou canta, sem espelhar nas suas obras a perfeição, o amor e a luz do Senhor, você põe nos ombros o peso dos que criam imagens pecaminosas para consumo da mente popular, perdendo, em vão, a glória que enfeitou seus sentimentos.
Se a obediência chama você para organizar utilidades para o mundo, se você não compreender o espírito do Senhor, que se desdobrou para todos até o sacrifício da vida, você vai viver pra lá e pra cá entre a indisciplina e o desânimo, sem ganhar para si mesmo nada da claridade divina do talento que tem nas mãos.
Meu amigo, esta passagem pela Terra é um aprendizado magnífico.
O trabalho é sempre o Mestre do aperfeiçoamento.
A gente deve servir mas sem se prender ao serviço
Em toda parte da terra, tem como agir e se aperfeiçoar, para quem quer seguir adiante. O negócio é servir com boa vontade, em qualquer canto, como se fosse a Deus e não às pessoas, porque aí, o Senhor nos subirá para o lugar mais alto da vida.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


Todos os estudos anteriores a este no Fonte Viva acham-se no meu “Blog”. Siga-me lá:
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ALGUMA COISA (027) - Tomar parte no jogo da vida

Gente boa

Uma fala clara deste jeito e tem quem não entenda!
Mas, tem muita gente que passa batido diante desta mensagem de Jesus que Emmanuel explora em seu comentário.
Não somos lá essas coisas, realmente. Mas dentro de cada um de nós há um tantinho de recursos que nos garante, que precisa ser repartido com quem nem isso tem.
Nos enorme variedade de graus evolutivos em que vivemos imersos, há sempre alguém maior que nós capaz de nos doar algo, assim como abaixo de nós tem alguém de mão estendida para que o atendamos. Somos pedintes e doadores, pobres e ricos relativamente. E por conta disso, não há argumentos para sustentar a mesquinhez de não doar, assim como não há como justificar o orgulho de não receber o que nos doam.
E o dever não é o de ir aos “tão santos” quanto nós. Não. É para ir aos “pecadores” - desvalidos, desiguais, esquecidos.
Devemos ter para aqueles que enxergamos como impuros, pecadores, indignos de se apresentar junto a Deus, a mesma atitude do pai do “filho pródigo”. Devemos correr até eles recebê-los com festa, dar-lhes roupas novas e colocar em seus dedos um preciosos anel
Eis a nossa pauta de serviço dada a nossa condição: - Tomar parte no jogo da vida.


“Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos.” – Jesus. (Lucas, 5:31.)

Quem souber ler não se esqueça de ajudar quem não sabe ainda.
Quem falar corretamente socorra o companheiro que não sabe dando-lhe a ciência da frase certa e boa.
Quem desfrutar de boa saúde não despreze a chance de auxiliar o doente.
Quem já tiver luzes da fé no próprio espírito tenha paciência com o infeliz que ainda nem acordou para a responsabilidade perante o Senhor, favorecendo sua saída das trevas.
Os que forem bem prendados pro trabalho não se esqueçam dos menos preparados, e lhes arranjem serviço digno, sempre que possível.
Os que fazem caridade tenham pena das almas endurecidas, e deem a elas o benefício das vibrações da prece.
Quem já for humilde não se afaste do orgulhoso, seja exemplo para ele poder ver como se reajustar.
Quem tiver alguma bondade não se recuse a amparar os maus, porque a maldade sempre vem da revolta ou da ignorância.
Quem estiver em paz ajude aos desesperados.
Quem estiver com alegria divida a graça do contentamento com os tristes.
O Senhor disse que quem tem boa saúde não precisa de médico, mas os enfermos, precisam sim.
Lembre que no mundo há muita gente passando dificuldades maiores que as suas.
A vida não pede que você morra pelos outros, mas, para seu próprio bem, não menospreze fazer alguma coisa para aumentar a felicidade de todos.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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