Prezados, se não trabalhar não leva!
Em 1976 um craque do futebol, Gerson, fez a propaganda do cigarro Vila Rica cujo texto dizia no final: - “A gente tem de levar vantagem em tudo, certo?” Por conta disso associou-se à sua imagem – para seu desespero posterior – o sentido negativo da pessoa se aproveitar de todas as situações, sem se importar se isso fosse algo ético ou moral.
Você superar alguém por se esforçar muito é bem diferente de você superá-la porque lhe deu uma rasteira. Ter mais gabarito ao comparar-se com alguém não é a mesma coisa de fazer o outro de “mané”.
Emmanuel – que naturalmente já “bate sem dó” – desnuda esse nosso ainda dominante caráter safado, infantil, imbecil, de achar que a Justiça vai nos dar valor por desvalorizarmos os outros ou aceitar como nossa a obra que não fizemos.
Não é assim, não. Estamos chegando ao fim dessas “facilidades”, de alguém nos fazer de “manés” e sair levando tudo. Não, meu compadre. Agora, não!
É bom que você e eu, que ainda nos deixamos levar por estas tentações, tomemos tento e “desçamos” à real porque, se a gente “cair” na real vai doer porque estamos de salto alto.
Tomemos para nós somente aquilo que nos compete, e suemos com arte esta nossa camisa encarnatória, porque suar faz bem à saúde do corpo e limpa a alma de um bocado de catrevagens.
“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.” – Paulo. (2ª Carta a Timóteo, 2:6.)
Tem lavradores de todo tipo.
Tem aqueles que compram a terra e arrendam explorando-a através dos outros, sem nunca tocarem o chão com suas próprias mãos. Em muitos lugares a gente acha aqueles que deixam a enxada enferrujar, pois cruzam os braços culpando a chuva ou o sol pelo fracasso da plantação que não cuidam. Tem vezes que somos encarados por aqueles que fiscalizam a plantação dos vizinhos, sem dar atenção para a sua – que é, a que é da conta deles. Tem muitos que, sem ver do que, vêm falar disto e daquilo, enquanto as pragas destruidoras arrasam as flores frágeis do seu plantio. Já outros põem culpa na terra dizendo que ela é estéril, incapaz de qualquer produção, mas não é capaz de regar o chão da gleba que lhes deram ou de aduba-lo com qualquer coisa. Existem também aqueles indispostos, os possuídos pela enxaqueca ou pela gripe que perdem a grande chance de semear.
A Natureza, no entanto, devolve a cada um nos seus conformes: a uns o desengano, a outros a dificuldade, a estes negação e àqueles a decepção. Mas para cada agricultor que realmente trabalha, cedinho enche seu celeiro de graças e bênçãos.
No trabalho do espírito é do mesmo jeito. Ninguém alcança resultado bom sem se esforçar, sem dar para a obra do bem o melhor que tiver em si mesmo.
Paulo de Tarso, escrevendo numa época em que havia senhores e escravos, faltava seriedade e sobrava favoritismo, não nos diz que o agricultor autorizado pelo Império ou o que fosse mais rico, é que seria o dono legítimo da colheita. Mas disse com certeza, que o agricultor dedicado ao que é seu seria o primeiro a tirar vantagem.
(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)
Todos os estudos anteriores a este no Fonte Viva acham-se no meu “Blog”. Siga-me lá:
http://sicvosnonvobis-cesar.blogspot.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário