NOS DONS DO CRISTO (025)

Gente querida

Faz vinte séculos da passagem de Jesus por aqui. Vinte séculos sacados na conta do tempo que Deus abriu para a humanidade realizar o sucesso de abandonar o vício do orgulho, que sustenta a diferença entre irmãos, e o vício do egoísmo, que cria miséria pra gerar fortuna.

Orgulho como sentimento e egoísmo como orientação da vida são vícios que impedem o amor no coração humano – com eles na área, a caridade não tem vez.

A semente do amor de Jesus fomenta a luta íntima por esta substituição. O quadrado onde ocorre a luta é a alma humana. Os sintomas do sucesso é o formato que o coração vai ganhando enquanto o espírito “vive-e-morre-e-vive”, e vai operando esta mudança íntima.

Esta luta é sangrenta.

Tira pedaços, emagrece a gente.

Esfarrapa o smoking, arranca jóias.

No corpo que resta encaleja dedos, põe sandálias.

No final, estamos rotos, doloridos, tremendo as carnes... Parecemos aquele homem que subiu ao Gólgota numa sexta-feira há vinte séculos.

“Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom do Cristo.” – Paulo. (Efésios, 4:7.)

Depois de vinte séculos de Cristianismo a alma humana é, hoje, uma consciência esclarecida pela razão, em plena luta pela conquista dos valores do bem.

O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.

Animalidade versus espiritualidade.

Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.

Pouco a pouco o homem – enquanto vai e vem da vida para a morte, da morte para a vida – vai construindo em si mesmo as qualidades sublimes para poder subir mais alto que, no fundo, são as virtudes do Cristo, crescentes em cada um de nós.

Essa é a razão da graça divina ocupar a existência humana ou crescer nela, conforme os dons de Jesus nela se expressem de modo maior ou menor.

Onde você estiver, seja você quem for, procure vestir as qualidades cristãs em si, com a mesma atenção que se dá ao cultivo de preciosas plantas, junto de casa.

Quanto à Terra, podemos produzir tanto para o bem como para o mal.

Ofereçamos ao Divino Jardineiro o jarro do coração, lembrando que se o chão do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Semeador, cada migalha de nossa boa vontade se tornará canal milagroso para trazer o bem, sempre multiplicando as graças do Senhor, ao nosso redor.

Repare a “boa parte” que você tem e lembre que ela pode crescer até o Infinito.

Não tente acabar milênios de treva em um momento.

Cuide de seu auto-aperfeiçoamento de cada dia.

Se firme em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.

Não vamos esquecer que a Graça Divina está em nós, na medida do nosso crescimento real nos dons do Cristo.

(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)

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