Sic vos non vobis

"Sic vos non vobis"... É por vós, mas não só para vós, que as coisas veem a ser feitas!

LIÇÕES DO "FONTE VIVA" COM ALTERAÇÃO DO REGISTRO DO FALAR.

quinta-feira, 24 de março de 2011

LINGUAGEM (043)

43 - LINGUAGEM

Linguagem é a ponte que liga as pessoas. A maneira como se constrói estabelece a qualidade da ligação. Linguagem tem som, forma, cor, cheiro e gosto. Ela é toda a pessoa convertida em símbolos construídos, tem a marca de cada um. É tão individual que tem gente que não tolera ouvir palavrões, mas quando é uma certa pessoa que o faz, deixa pra lá... releva! É porque sua sintonia com esta pessoa é tão excelente que ela permite ao outro maior liberdade para ser como é, realmente.
Assim também devemos fazer cada um de nós: caprichar mais na compreensão da comunicação – terreno onde acontece a linguagem; dominar sua ciência e atualizar-se sobre suas tecnologias para, enfim, construirmos em nós aquele condicionamento que Jesus ostentava com a naturalidade dos que sabem tudo da matéria.
Usando da linguagem própria ele falou para Lázaro, e ele se levantou do lugar dos mortos e veio até Jesus.
Usando da linguagem mais sã ele disse ao leproso “Sê limpo!”... e o leproso curou-se.
Ele usando da linguagem mais convincente disse à pecadora “vá e não falhe mais”... e transformou-a para sempre.
Ele usando da linguagem mais convidativa e de corpo presente disse a Pedro, Tiago, André, João “venham comigo”... e eles ainda hoje estão com ele.
Mais além, em espírito, questionou Paulo: “Por que me persegues?”... e ganhou um aliado eterno.
Não tenhamos medo das respostas e digamos todas as palavras que servirem de ponte amistosa entre nós e o Outro.

“Linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.” – Paulo. (Tito, 2:8.)

Através da linguagem, o homem ajuda-se ou se desajuda.
Mesmo trazendo o íntimo nublado de problemas, não é aconselhável que a nossa palavra seja turva ou desequilibrada para os outros.
Cada um tem seu mistério, sua necessidade e sua dor e não se deve agravar o peso que aflige o vizinho com a nossa carga de inquietações. A queixa desencoraja, o verbo da raiva açoita, a palavra do maledicente confunde... A indicação do erro alheio por meio de u’a manifestação malfeita vai afastar a verdade de nós. Pela nossa fala menos nobre, repelimos a bênção do amor que vinha nos encher de alegria de viver. Tenhamos a coragem necessária para nós mesmos darmos um fim aos nossos sentimentos e desejos descontrolados.
A palavra é canal do “eu”. Pela válvula da língua, nossas paixões detonam ou nossas virtudes se espalham. Cada vez que mandamos para fora de nós o vocabulário que é nosso mesmo, emitimos forças que destroem ou edificam, que derrubam ou restauram, que ferem ou cicatrizam.
Linguagem, ao nosso ver, se constitui de três elementos essenciais: expressão, maneira e voz.
Se a frase não for clara, se o modo não é apurado e se não educamos a voz, tudo conforme as situações, é capaz que percamos nossas melhores oportunidades de melhoria, entendimento e elevação.
Paulo de Tarso fornece a receita adequada aos aprendizes do Evangelho.
Nem linguagem adocicada demais, nem amarga em excesso. Nem mansa demais causando desconfiança, nem áspera demais que quebre a simpatia, mas sim “linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós”.


Todos os estudos anteriores a este no Fonte Viva acham-se no meu “Blog”. Siga-me lá:
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