Sic vos non vobis

"Sic vos non vobis"... É por vós, mas não só para vós, que as coisas veem a ser feitas!

LIÇÕES DO "FONTE VIVA" COM ALTERAÇÃO DO REGISTRO DO FALAR.

quinta-feira, 3 de março de 2011

FÉ INOPERANTE (039), FÉ ESTÉRIL

Num tempo em que as obras da fé eram: “compra” de indulgências (remição das penas temporais), a conversão de penitências em obras de benemerência e outras coisas assim, Lutero achou na carta de Paulo aos Romanos um argumento com que desceu a lenha na irreconhecível e corrupta Igreja Cristã de então. Daí, veio da divisão. O cristianismo se dividiu entre católicos – com o mote “eu te mostro a minha fé com as minhas obras” (Tg 2;18), e protestantes com o lema: - “Só a fé salva”, (Rm 5;1). Esquecidos de que o mote da caridade, para o qual Jesus nos tange, é outro, nós cristãos brigamos até hoje como as pessoas de uma “casa que não tem pão, onde todos brigam e ninguém tem razão”.
É hora de deixar para lá brigas estéreis que nos fazem anões da fé e partir para o abraço fraterno de todos os irmãos em Cristo, porque, não tem nem boca: - Haverá um só rebanho e um só pastor.
Queridos, não há como o amor de Jesus arder em nós sem que ele faça verter, de nós, as obras da caridade. E, por fim, não há como deixar de ser salvo praticando a caridade porque, “fora da caridade não há salvação”.


“Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.” – (Tiago, 2:17.)

A fé inoperante é um problema que, faz tempo, pede a melhor atenção, para que os cativados pelo Evangelho compreendam, claramente, que a idéia mais sublime será sempre uma bela paisagem improdutiva, enquanto um trabalho não a materializar para bem de todos.
Que dizer de um precioso motor que ninguém usa? De uma fonte que não corre a fertilizar o campo? De uma luz abafada que não se irradie?
Nós pomos fé em certa semente, mas se nós não a plantarmos, no que vai dar nossa expectativa senão na inutilidade? Se nós temos absoluta esperança nas obras que a tora de madeira pode vir a dar, mas não pegarmos o serrote e a plaina, esta matéria-prima vai é apodrecer.
A crença religiosa é o braço com a ferramenta. O apostolado é a obra a fazer. A confiança de Deus ilumina a inteligência para que a ação do bem se estenda, improvisando, por todo o canto, bênçãos de paz e alegria, engrandecimento e sublimação.
Quem, demonstrando madureza para a vida superior, já pode receber uma gota de revelação espiritual no coração, corra atrás do posto de serviço que lhe cabe fazer, em favor do progresso comum.
A fé, na essência, é aquele grão de mostarda de que Jesus fala, crescendo através da elevação pelo trabalho incessante, e se convertendo no Reino Divino onde a alma do crente passa a viver.
Cuidar só do êxtase religioso no coração, sem desenvolver as obras da sabedoria e do amor, consolidados no serviço da caridade e da educação, é mesmo que guardar um ídolo morto na terra viva do sentimento, sepultado entre as flores inúteis das promessas brilhantes.


(FONTE VIVA – Com modificação do registro do falar.)


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