Sic vos non vobis

"Sic vos non vobis"... É por vós, mas não só para vós, que as coisas veem a ser feitas!

LIÇÕES DO "FONTE VIVA" COM ALTERAÇÃO DO REGISTRO DO FALAR.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

NA HORA DA CRUZ (046)

A gente luta e luta mas tem horas que nossas forças não bastam para barrar os agressores do mal e a gente acaba desarmado, reduzido e exposto às tentativas de humilhação da parte deles.
Dá desânimo.
Dá canseira.
Dá vontade de chutar o pau da barraca.
Dá vontade de tudo quanto há de ruim...
Vem todo mundo pra cima de dedo na cara... Todo mundo corre dentro e dança em cima do nosso caixão. Aí, a gente olha pra Jesus com um desencanto bem próprio dos infelizes, dos derrotados.
Mas, assim que a gente olha, enxerga logo a cruz dele, vê a irônica coroa de espinhos, vê a mansidão do “Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi”, diante de todo aquele despautério e... é o jeito deixar cair a ficha, fazer o link, conectar-se porque, isso tudo, não é sinal de derrota.
A única exaltação possível ao cristão é a cruz mesmo.
O cristão é para salvar os outros e não para “se safar”.
Para cair, o cristão precisa “subir” na cruz e na hora que o corpo cai coberto de pancadas, sopapos e mangoças, a alma sobe ligeira aos braços do Mestre para juntar-se a todos os que são libertos da cruz pela cruz que aceitaram.


“Ele salvou a muitos e a si mesmo não pôde salvar-se.” – (Mateus, 27:42.)

Sim, ele redimiu a muitos...
Estendeu o amor e a verdade, a paz e a luz, levantou enfermos e ressuscitou mortos.
Entretanto, para ele mesmo erguia-se a cruz entre ladrões.
Na verdade, para quem tinha se exaltado tanto, para quem tinha atingido o topo, até dizendo de sua própria condição de Redentor e Rei, a queda era enorme...
Era o Príncipe da Paz e caía vencido pela guerra dos interesses inferiores. Era o Salvador e não se salvava. Era o Justo e sofria uma injustiça sem tamanho. Para os humanos o Senhor desmoronado, flagelado e vencido era a perda maior de todas.
Porém, ele tinha caído... na cruz! Sangrando, mas... de pé. Torturado, mas de braços abertos. Submetido ao sofrimento... mas suspenso da Terra. Rodeado de ódio e sarcasmo, mas de coração elevado ao Amor.
Tinha caído, desprezado e esquecido, mas, no outro dia, fazia da própria dor a glória divina. A fronte pendeu, empastada de sangue, na cruz, e ressurgiu na luz do sol entre os cheiros de um jardim. A derrota escura virou vitória resplandecente. A cruz afrontosa se encheu de claridades celestiais para a Terra inteira.
Assim também se dá nas nossas vidas. Não vá tropeçar no triunfo fácil ou na coroa barata dos crucificadores. Toda vez que as coisas se juntarem querendo obrigar você a mudar o rumo da vida, prefira o próprio sacrifício, transformando a dor em auxílio para muitos, porque quem recebe a cruz, em favor dos semelhantes, descobre o trilho da eterna ressurreição.


Todos os estudos anteriores a este no Fonte Viva acham-se no meu “Blog”. Siga-me lá:
http://sicvosnonvobis-cesar.blogspot.com/

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