Sic vos non vobis

"Sic vos non vobis"... É por vós, mas não só para vós, que as coisas veem a ser feitas!

LIÇÕES DO "FONTE VIVA" COM ALTERAÇÃO DO REGISTRO DO FALAR.

sábado, 16 de abril de 2011

AUTOLIBERTAÇÃO (47)

“Ter como se não tivesse” é uma regra de vida que dá uma paulada muito segura no nosso egoísmo. O egoísmo não é um mal em si mesmo, ele é a corrupção de uma força nobre existente no ser humano para que ele possa existir. Para manter-se vivo, cada ser precisa captar os recursos necessários. E, por conta da imperfeição que viemos tratar, ao fazer o mesmo esforço, uns conseguem muito enquanto outros quase nada conseguem.
Se já tivéssemos chegado à perfeição a generosidade dos eficientes já teria corrido para socorrer o pedido de ajuda dos menos capazes, e pronto.
Mas, não se dá assim.
De repente, nos esquecemos de que VIDA é a outra e, “desconfiado da proteção”, começamos a “guardar alguma coisa para os tempos difíceis”. Daí então, nós eficientes, tomamos tudo o que precisamos e ainda guardamos outro tanto porque, “sabe-se lá, né?”. Por conta disso, aquilo que nossos irmãos de sina neste mundo precisam já, já, fica guardado no mocó... Ah, quanta sabedoria meu Jesus!
O cara, de passagem por aqui, pensa que vai morar... pega e compra casa?!
Certo de que vai morar...  adquire a “chacrinha” pros fim de semana?!
Aí compra carro porque a “chacrinha” é longe...
Aí troca de carro todo ano porque a estradinha é ruim...

Aí, um belo dia, chega Aquela que nunca deixa de vir, leva o sujeito
e deixa a casa,
e deixa a chacrinha,
e deixa o espeto queimando no fogo, enquanto deixa o corpo esgotado, enfartado no chão...
porque, pra Lá, não se leva nada disso.

“Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.” – Paulo. (1ª Carta a Timóteo, 6:7.)

Se você quiser livrar a alma das escuras correntes do “eu”, comece já o curso de autolibertação, aprendendo a viver “tendo as coisas como se não tivesse”, vivendo “com todo mundo como se fosse sem ninguém”. Se a gente chega na Terra como viajante precisado de acolhida e de socorro e se a gente sabe que vai sair dela sozinho, é melhor se conformar a viver consigo mesmo, servindo a todos em troca de crescer espiritualmente para a imortalidade. Não se esqueça de que, conforme as leis que nos governam, cada um sempre estará sozinho, lá do seu jeito, aprendendo a se superar.
Dedique-se ao bem para o seu próprio bem, mas, acima de tudo, por causa do amor ao próprio bem. Grande mesmo é aquele que sabe que é pequeno, diante da vida infinita. De caso pensado não vá se impor afugentando a simpatia dos outros; não vá dispensar a cooperação dos outros na tarefa que é sua. Nunca pense que sua dor seja maior que a dor do vizinho ou que seu a jeito de fazer as coisas vá agradar todo mundo. Uma coisa que nos dá coragem pode espantar os outros e os ingredientes da nossa alegria pode ser um veneno para os outros.
Principalmente, combata seu melindre pessoal com o mesmo constância que limpa a cama em que se deita. Muita ofensa anotada é peso inútil pro coração. Guardar o sarcasmo ou o insulto alheio não será o mesmo que cultivar um espinheiro dentro de casa?
Todo dia de manhã pacifique a mente e siga pra frente na certeza de a gente acerta as contas é com Aquele que nos emprestou a vida e não com os nossos iguais que fazem dela a maior bagunça. Deixe que a realidade lhe ajude a ver as coisas que você acabará achando a divina felicidade do anjo anônimo, que se esconde na glória do bem comum.
Aprenda a ser só para ser mais livre no cumprimento do dever que nos une a todos, e, com a mente voltada pra Jesus, que escolheu o caminho estreito da cruz, não nos esqueçamos do lembrete de Paulo, que diz sobre os bens de ordem material, “nada trouxemos para este mundo e é certo que nada levaremos dele”.


Todos os estudos anteriores a este no Fonte Viva acham-se no meu “Blog”. Siga-me lá:
http://sicvosnonvobis-cesar.blogspot.com/

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